O músico e pesquisador Eduardo Dias, 51 anos, lançou-se na investigação sobre a passagem do compositor Heitor Villa-Lobos pela Amazônia. O maior compositor de música erudita da América Latina esteve de 1910 a 1912 pela região, transitando em cidades como Belém, Santarém, Óbidos e Manaus.
Ao mesmo tempo em que o maestro influenciou a produção musical local, sua genialidade também foi influenciada pelo meio e até por parceiros nativos com quem compôs. São esses sinais que Dias procura no livro que começou a produzir com a Bolsa de Pesquisa do Instituto de Artes do Pará (IAP).
O trabalho já foi iniciado e deve resultar em uma exposição com fotos e documentos no Teatro Vitória, em Santarém, no próximo dia 13 de dezembro, quando o pesquisador encerra essa fase inicial de estudos. "Precisamos nos apropriar de Villa-Lobos para a Amazônia. A região tem uma importância grande para sua obra e ele mesmo se reonhecia como um dos nossos. A intenção da pesquisa é resgatar esse traço", comenta.
Eduardo Dias diz que até hoje os estudos e biografias sobre Heitor Villa-Lobos não deixam claro sobre sua presença na Amazônia e alguns críticos chegaram inclusive a duvidar da viagem. O pesquisador já recolheu documentos na cidade de Óbidos que comprovam que o compositor tinha familiares morando no município do Baixo Amazonas.
"A pesquisa tem essa preocupação de recolher esse registro e montar o quebra-cabeça da passagem de Villa-Lobos na região", comenta. Ele acrescenta que a origem da família do compositor está na Espanha, mas, que também, seus antepassados chegaram a Cuba e, entraram no Brasil pela fronteira amazônica.
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