Neste final de semana dois espetáculos emocionaram o público no encerramento do Festival Palco Giratório.
Foto: Divulgação
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Neste final de semana dois espetáculos emocionaram o público no encerramento do Festival Palco Giratório. Sábado (27) “As nove luas” foi apresentado na quadra coberta do Sesc Esplanada e chamou a atenção do público para o que acontece quando uma lenda é utilizada para encobrir faltas da sociedade. A peça discute o abuso sexual sofrido por meninas ribeirinhas, assédio que muitas vezes acontece dentro da própria casa e que deixam marcas profundas em quem vive esse tipo de situação. O espetáculo contemplado com o Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz 2013 é uma produção rondoniense que vem tendo destaque por sua temática e inovação. Iluminação, desempenho das atrizes e a música ao vivo, composta especialmente para o espetáculo chamam a atenção do público e enriquecem a dramaturgia de Fabiano Barros.
Domingo (28), o Teatro a Cuestas de Cuba de Cuba (Cuba) apresentou o monólogo “Mãe Coragem” que relata a história de Anna Fierling, vendedora ambulante que perde seus filhos durante a guerra. Em cena a atriz cubana Mérida Urquia dá vida “Mãe Coragem” de forma comovente e transmite ao público as dores de uma mãe ao ver seus filhos serem dizimados pelas atrocidades da guerra.
Setembro foi um mês de espetáculos, oficinas e troca de experiências. Em sua sétima edição, o Festival Palco Giratório já faz parte do calendário cultural do estado. 2014 foi ainda mais especial, pois pela primeira vez Rondônia foi sede da abertura do Festival em âmbito nacional. Este ano 19 grupos de 13 estados brasileiros compartilharam sua arte com espectadores de todo o estado. Hospitais e escolas de bairros periféricos receberam atenção no circuito com apresentações especial. Grupos convidados de Rondônia, Maranhão e Cuba se juntam ao projeto e ampliam o alcance da mostra. Na circulação estadual sete cidades foram beneficiadas e Ji-Paraná teve uma semana de mostra. Milhares de expectadores do interior prestigiaram as apresentações, uma oportunidade rara para muitos. O Sistema Fecomércio, amplia o investimento em cultura, através do Sesc Rondônia. “Nosso desejo é levar a cultura a todos os municípios de Rondônia e beneficiar aquelas cidades que não tem acesso ao entretenimento e lazer”, explica Raniery Araújo Coelho, presidente da Fecomércio.
Um dos depoimentos mais comoventes desta edição aconteceu no Hospital Infantil Cosme e Damião quando uma mãe agradeceu imensamente a presença da equipe do Festival Palco Giratório dentro do hospital, pois a apresentação de Palita no Trapézio fez o seu filho sorrir, coisa que ela não via há muito tempo. Essa é a magia da arte, mexer com os sentimentos, provocar reações de inquietude nas pessoas. Nas apresentações realizadas no anfiteatro do Parque da Cidade o clima festivo envolvia famílias inteiras que assistiam aos espetáculos. No teatro 1 do Sesc Esplanada apresentações que faziam sorrir ou refletir. A diversidade dos espetáculos chamou a atenção do público. Muitas pessoas que nunca haviam assistido a uma peça teatral tiveram essa oportunidade. O funcionário público e acadêmico André Cerqueira diz que acompanha o Festival há uns dois anos e que esse ano mudou até o horário do curso na faculdade para poder acompanhar a programação.
A homenageada do Festival Palco Giratório deste ano, Angel Vianna, fez duas apresentações e falou da sua trajetória. A bailarina e coreógrafa brasileira conhecida como "a dama da dança" é referência da dança contemporânea no Brasil. Nas duas noites o público além de assistir a apresentação do espetáculo "Qualquer coisa a gente muda", conheceu um pouco melhor a artista e foi cativado pela mulher cuja frase: "Tem gente que nasce e morre e não sabe que viveu" é um despertar para a vida.
A contribuição do Festival Palco Giratório não é só na formação de público. Nesta edição foram ministradas dez oficinas abrangendo desde o trabalho corporal do ator até iluminação cênica. Os alunos que participaram da oficina de intervenção urbana puderam aplicar o aprendizado nas principais ruas de Porto Velho com a intervenção urbana "Cegos", que atraiu olhares e questionamentos dos transeuntes.
Foram trinta e dois espetáculos diferentes só na capital, alcançando milhares de espectadores. A programação gratuita possibilitou o acesso do público rondoniense a uma multiplicidade cultural do é produzido em Rondônia, nas regiões brasileiras e até em outros países.
A equipe de produção do Festival Palco Giratório formada por Fabiano Barros, Marya Braga, Tamires Paiva, Cristina Olegária, Cláudio Zarco com a ajuda dos técnicos Osias Cardoso, Davi Macieira e Dino, não mediu esforços para a realização do Palco Giratório, empenho reconhecido por artistas e público.
Foi um mês intenso, multicultural. Um encontro entre o público e as artes cênicas. Já estamos no aguardo de Setembro de 2015 para conhecer as novidades da 8ª edição do Festival Palco Giratório.
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