Aqui nasci há 34 anos... filho de um paulista – que hoje já inteira 41 de Estado com uma amazonense criada nessas paragens...
Foto: Divulgação
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Minha Porto Velho... e seus 99 anos!
Aqui nasci há 34 anos... filho de um paulista – que hoje já inteira 41 de Estado com uma amazonense criada nessas paragens...
Sou da época em que falta de energia, carapanã e poeira de rua de cascalho era parte do nosso dia! Tinha pouca praça, pouco o que fazer, mas tinha o principal – gente boa pra fazer isso aqui crescer!
De minha família, dita tradicional, ouvi contos e mais contos de um cantinho de Brasil que insistia em crescer...
Num passado recente, ainda criança, passeei com vó Helena na 7 de Setembro, aquela avenida famosa que tem cheirinho de sapato novo por suas lojas de calçados e um sol bonito caindo todo dia em seu início. Comia tapioca na Feira, e no Madeira, bem ali na beira tomava Tacacá!
Aqui estudei e me formei, mas não sem antes participar de várias formas da vida da minha cidade com aquilo que sempre gostei!
Participei de quermesse , de arraial, de boi bumbá, de escola de samba... Comissão de alunos, movimento estudantil, reuniões de bairro e tudo mais... Meti a cara na política, entendendo que era participando e não só pensando e apenas falando que a gente resolvia algo.
Difícil. Sensação nº 1 de quem se elege vereador. O que dizer disso aos 20 anos! Tentando ser diferente pago até hoje por isso. As vezes falar tudo o que se pensa nos traz muitos dissabores... Mas não me arrependo de nada do que fiz! Quando muito, apenas daquilo que não fiz. Lutei vários bons combates e confesso: apesar de tudo, ohhh saudades daquela tribuna mirim.
Naquele tempo, nosso orçamento municipal era 20% do que é hoje! O dinheiro da prefeitura mal fazia frente ao custeio, o que dizer a investimento...
Pois bem... passados 12, 13 anos, o que vejo é que o dinheiro veio, as pessoas investiram mas os problemas só aumentaram. Nosso orçamento era de 200mi, hoje passa de 1 bi! Mas não adiantou! Nossa cidade tá feia, mal cuidada, mal cheirosa, lixo por todo lado, poste sem luz... Por falar em luz, diferente daquele tempo de menino, hoje quando acaba ao invés daquela pessoa sincera e amistosa do # 196, hoje temos um atendente lá no Rio de Janeiro com seus gerúndios e conhecimento zero da nossa gente e dos problemas que a falta de luz ainda nos causa...
Nosso transporte público consegue ser menor do que na época do saudoso prefeito, Tio Chico. A diferença era que ali éramos 250 mil habitantes! Hoje somos 450 mil! Quanta piora!
As ruas com buracos, os viadutos inacabados, a poeira de 1980 que vive em nosso ar até hoje... As pessoas de bem cada vez mais acuadas pela bandidagem, que, por pena, não atua só como protagonistas dos programas de polícia! Atua também nos meandros do poder, desviando desde a atenção, fazendo a política um circo e pão, até finalmente o dinheiro de todos que aqui estão.
Daí, que falta em tudo o que é canto o que uma comunidade, uma sociedade, mais precisa! Fé! Ela sintetiza a crença que vai bem além de Deus! Vai no nosso dia à dia, no convívio diário com o próximo. Respeitando uma fila, uma vaga, pagando contas e impostos em dia, escolhendo seus governantes e sendo bons governados, quem em síntese presume-se sendo cidadãos coerentes, cobrando seus direitos e fazendo seus deveres! Enfim, fé que faça a gente sentir bem fazendo o bem!
Num texto que vai da poeira à beira do Madeira parece um luxo citar J.F. Kennedy, mas é importante pro nosso presente... Não pergunte o que seu país pode fazer por você! Pergunte o você pode fazer pelo seu país!
Isso, lá em mil novecentos e bolinha fora um senhor puxão de orelhas no povo americano, que falava muito em direitos mas esquecia dos deveres... Lá cresceram. Aqui, encolhemos.
A questão finalmente é... Como agir? Ser inerte, tocar a vida na nossa cidade, trabalhar, ganhar dinheiro, zelar da família e conviver com estes problemas todos como se não fossem nossos? Viver pra dentro?
Ahhh, sinceramente acho que não! Melhor participar, seja de que maneira for... Na igreja, na maçonaria, no clube, na associação de bairro, na entidade de classe, ou na política, mas fazendo em conjunto idéias boas serem colocadas em prática. Fazer pela nossa cidade, o nosso canto!
Ou Porto Velho se junta, se organiza, se arregimenta como VÁRIAS cidades do nosso interior do Estado e alhures e damos exemplo com uma cidade bonita e organizada ou continuaremos convivendo com nossas mazelas – que são muitas, eternizando problemas, destruindo riquezas e tirando o brilho dos olhos dos nossos filhos. Não basta morar, não basta falar e apontar. Tem que participar.
De filhos, Deus já me presenteou com dois! Um "tá no pé" e outro na barriga da “muié”! O que desejo cumprir à eles foi o que meus pais cumpriram a mim. Educá-los com seriedade, para serem amanhã agentes de mudança de uma cidade que se transforma. Tomara que até lá muita coisa melhore para que em outros 99 anos nossa Capital tenha mais a se orgulhar!
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