Banda do Vai Quem Quer : Preconceito Social - Por Adriel Diniz

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Foto: Divulgação

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*Vi com tristeza a notícia de que o Ministério Público do Estado tenta enquadrar a banda do Vai Quem Quer e até mesmo impedir que o cordão do Manelão ganhe as ruas de Porto Velho no sábado de Carnaval. Para mim, essa história de ajustamento de conduta, não passa de preconceito social. Toda e qualquer manifestação cultural verdadeiramente popular é encarada como nociva aos olhos de uma minoria ensimesmada e burra, que ataca as legitimas manifestações do povo brasileiro, que em Porto Velho, têm na Banda sua maior expressão. *Nem todo pobre é bandido. O preconceito com as alternativas de diversão daqueles que não podem pagar pelos lugares descolados e caros do centro da cidade é prova de que a mentalidade provinciana continua a ditar atitudes por estas bandas. Há muita gente sim, há bagunça, há gente urinando pelas ruas, há gente que bebe e até briga. E daí, vamos esconder a cara do nosso povo ? Somos o que somos e não queremos mostrar. Essa é a realidade da gente oprimida, que vive como massa de manobra da grande mídia e tem que se contentar com o pouco de verdade que lhes contam. Não têm direito à saúde de qualidade, educação estruturada e integral, ruas no mínimo trafegáveis, emprego e dignidade, ter diversão, talvez seja querer demais? *Talvez no meio do ano a voracidade em relação à disciplina na folia não esteja assim, tão animada. Pois lá, os pobres não podem entrar, há cordas, paredes, seguranças e drogas. Fora de época para o rigor. Então ataquem a diversão do povo. Daqueles que são maioria, dos que, de tantos que são, já nem podemos ver a cara, mas com certeza, em cada uma há bem mais de Brasil do que na empapadas e engravatadas faces de quem de dentro de escritórios tenta decidir o que todos devem fazer. *Lá vem a banda, e o que incomoda é nela vai quem quiser. Não há preconceito. Enquanto as manifestações populares são tolhidas, os problemas que não duram só quatro dias continuam. Proponho um Termo de Ajustamento de Conduta para que autoridades, creio que competentes, passem a se preocupar com o que realmente interessa ao povo. Só para lembrar: todos os dias há mortes nos imundos corredores do Hospital de Base; na periferia de Porto Velho jovens são cooptados pelo crime enquanto deveriam ir à escola; no campo, a disputa agrária se agrava e faz vítimas; nos presídios rebeliões, massacres e fugas; na Assembléia, deputados são inocentados mesmo diante de provas contundentes de que extorquiam o governador. *Bem, basta procurar, o que fazer não falta. *adriel_diniz@hotmail.com
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