Algumas vias já foram escavadas até três vezes e asfalto nunca fica igual ao anterior dos trabalhos; governo diz que obras vão até 2025
Foto: Felipe Corona/Rondoniaovivo
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Já virou até meme: a Caerd (Companhia de Águas e Esgotos do Estado de Rondônia) não pode ver um asfalto novo em Porto Velho, que já vai lá e quebra.
Por isso, o Rondoniaovivo foi atrás para saber: a culpa realmente é da Caerd? E segundo o próprio Governo do Estado, as obras da expansão da rede de água são de responsabilidade da Secretaria Estadual de Obras e Serviços Públicos (Seosp). Posteriormente sim, o serviço de tratamento e distribuição do líquido precioso ficarão à serviço da companhia pública.
Mas o que é fato, é que as escavações que acontecem em várias partes da cidade, todos os dias, causam muitos transtornos. E não é só durante as escavações. Depois que a empresa contratada fecha as valas, muitas vezes o asfalto não fica como ela encontrou.
Rua Santa Catarina está tomada por lama e água empoçada após trabalhos - Foto: Felipe Corona/Rondoniaovivo
As fotos e relatos dos moradores de várias regiões da cidade demonstram a insatisfação pelo serviço incompleto feita pela empreiteira contratada (que o jornal eletrônico não descobriu qual é).
“Não tem jeito. Tem nem um ano que recapearam a nossa estrada e veio essa empresa e quebrou tudo. Aí, nessa época de inverno ficou um lamaçal sem fim. Ficou dias e dias aí e agora que estão colocando um asfalto bem fininho. Se continuar chovendo, acho que esse negócio não dura nem uma semana”, desabafou o senhor Olímpio Vasconcelos, morador da Estrada da Areia Branca, na zona Sul da capital.
Não muito distante dali, o caos tomou conta da Avenida Jatuarana, a mais movimentada da região. O Rondoniaovivo fez várias fotos logo após a empresa tapar as valas e a insatisfação é igual: seja pelos trabalhos serem durante os horários de pico ou pelo resultado, que deixa a rua com desníveis entre o barro utilizado para fechar os buracos ou pela via ficar mais estreita.
Moradores de todas as regiões da cidade sofrem com bagunça deixada após escavações - Foto: Felipe Corona/Rondoniaovivo
“Não tivemos sossego essa semana. O tráfego deu um nó. Gente que não conseguia estacionar, desistiu de comprar aqui na loja. Disse que tava muito bagunçado e que não ia parar agora, que iam voltar no outro dia. Prejuízo para nós, transtorno no trânsito e essa obra que nunca acaba. Sem contar que em vez do asfalto, jogam só barro aí”, lamentou o mecânico Adriano Ferreira, que trabalha em uma loja de motos, na Avenida Jatuarana.
E as dores de cabeça seguem em outras vias da zona Sul: na Rua Santa Catarina, no Bairro Conceição, a lama tomou conta da via. Além da bagunça no vai e vem dos carros, motos e bicicletas, ainda há muito barro depois da intervenção da empresa para colocação dos canos da rede de água tratada.
Pertinho dali, na Rua Nova Esperança, no mesmo bairro, outro problema causado pelos trabalhos alguns anos atrás: o asfalto afundou bem no meio da pista, com um grande desnível entre as laterais da pista e buracos, o que pode causar acidentes ou prejuízos para quem passa por ali.
Estrada da Areia Branca foi recapeada há cerca de um ano, mas asfalto foi escavado por conta da expansão da rede de água; moradores dizem que a via já tinha sido perfurada - Foto: Felipe Corona
Explicações
O Rondoniaovivo questionou a Seosp sobre as escavações nas ruas serem logo após o recapeamento, especialmente se haveria algum planejamento com a prefeitura da capital.
“Existe sim o planejamento para execução dos cortes no pavimento nas ruas de Porto Velho. Toda intervenção que é realizada nas ruas do município, primeiramente segue o procedimento do licenciamento junto ao município. O cronograma de execução é encaminhado com, no mínimo, 30 dias de antecedência à Secretaria Municipal e somente, após a devida liberação pelos setores competentes, é que a empresa contratada pode executar os serviços de abertura de valas para assentamento da tubulação”, diz uma nota enviada pela Secretaria Estadual de Comunicação (Secom).
O Governo do Estado ainda frisou que “os cortes em pavimento asfáltico no município não são uma exclusividade das redes de tubulação de água existindo inúmeras intervenções que também realizam cortes no pavimento asfáltico: drenagem, cabeamentos de telefone e internet”.
Rua Nova Esperança tem uma depressão no meio da pista por escavações anteriores e que não recuperaram o asfalto de forma correta - Foto: Felipe Corona
Sobre as obras não serem à noite, a Secom aponta que “as obras contratadas pela administração pública, seguem instruções do Tribunal de Contas para serem orçadas utilizando tabelas oficiais com encargos trabalhistas, não devendo ser onerado o erário público, a exemplo do SINAPI”.
Tá ruim, mas não muito
O jornal eletrônico também argumentou por quê a empresa demora tanto tempo a recuperar o asfalto escavado, mas há uma dificuldade: o inverno amazônico, segundo a Secom.
“O serviço de recomposição asfáltica é para ocorrer com 15 dias. Atualmente, esse período pode sofrer alteração devido às fortes chuvas que vem ocorrendo na cidade. Inicialmente é feito o corte de vala com remoção de solo, onde é assentado o tubo de distribuição, logo após é recolocado o solo seguindo o procedimento de compactação em camadas”.
A informação ainda segue: “A vala é preenchida com solo até o nível do asfalto no mesmo dia, porém necessita ficar sem a recomposição asfáltica para que o solo se acomode novamente ao espaço de confinamento, e isso contribui para uma melhor compactação evitando assim, os recalques no pavimento asfáltico”.
Desnível entre asfalto e barro recolocado pela empresa responsável pode causar acidentes - Foto: Felipe Corona
E sobre o asfalto que afundou mesmo após a colocação de asfalto pela empresa responsável, o Executivo estadual indica quais as causas: a população e o solo.
“O serviço de recomposição de capa asfáltica, segue a mesma indicação técnica do pavimento existente, sendo aplicado o asfalto usinado a quente – CBUQ. Ocorre que, em alguns pontos onde existe acúmulo de água servida vindas de lavagem de calçadas, ou quando chove e satura a base, ou no encontro de via pavimentada com sem pavimento, o material aplicado perde sua eficiência. Com tudo a empresa contratada, é acionada para avaliar o local e dentro de um cronograma refaz o serviço de recomposição do asfalto”.
Por fim, as informações repassadas indicam que os trabalhos da rede de água só devem acabar no ano que vem.
“As obras já iniciadas têm previsão de serem concluídas no ano de 2025. Aqui, precisamos compreender que o sistema de abastecimento de água é constituído por diversas redes com tubulações distintas. Existe rede de captação de água, adução de água e a rede de distribuição, logo, em uma rua pode ocorrer que diversas redes com tubulações distintas sejam assentadas. Então, não se trata de uma ausência de planejamento, e sim, a constituição do sistema de abastecimento de água”.
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