O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou nesta semana que o governo federal irá adotar medidas firmes contra médicos e profissionais da saúde que propagam desinformação sobre vacinas e promovem tratamentos sem comprovação científica. A declaração ocorre em meio ao aumento de conteúdos antivacina disseminados nas redes sociais, alguns deles associados à venda de cursos e atendimentos particulares.
De acordo com Padilha, o Ministério da Saúde está trabalhando em conjunto com a Advocacia-Geral da União (AGU) para identificar profissionais que utilizam sua formação médica para difundir teorias sem respaldo científico, especialmente aquelas relacionadas a supostos efeitos das vacinas contra a Covid-19. O ministro classificou a postura de alguns desses médicos como “grave” e “irresponsável”.
“Não seremos lenientes com o negacionismo que coloca a população em risco. Informações falsas matam, desorganizam famílias e prejudicam a saúde pública”, declarou Padilha.
Ações devem envolver esfera administrativa, civil e criminal
Padilha informou que o governo poderá acionar conselhos profissionais, além de promover medidas judiciais, caso seja constatada violação do código de ética médica ou promoção de tratamentos sem base científica. Entre as possibilidades estão:
Representações contra médicos em conselhos de fiscalização;
Ações civis e criminais contra quem lucra com desinformação;
Notificação a plataformas digitais para remoção de conteúdo enganoso;
Monitoramento ampliado de discursos que desencorajem a vacinação.
O ministro destacou que muitos desses conteúdos antivacina têm sido usados comercialmente, com a venda de consultas, programas de acompanhamento e cursos baseados em supostos riscos inexistentes.
Ministério da Saúde reforça confiança nas vacinas
Padilha reafirmou que as vacinas autorizadas pela Anvisa são seguras, eficazes e fundamentais para o controle de doenças. Ele ressaltou que o Brasil tem uma das mais robustas histórias de imunização do mundo e que ataques à ciência prejudicam diretamente o Sistema Único de Saúde (SUS).
“O Brasil só superou surtos e epidemias porque confia na vacinação. Não permitiremos retrocessos”, completou.