AUTONOMIA: Lula critica austeridade e defende moeda alternativa no BRICS

Presidente cobra nova arquitetura financeira e autonomia do Sul Global

AUTONOMIA: Lula critica austeridade e defende moeda alternativa no BRICS

Foto: Divulgação

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva(PT) defendeu nesta sexta-feira (4), no Rio de Janeiro, a criação de um  novo modelo financeiro global durante a abertura da reunião anual do NDB(Novo Banco de Desenvolvimento), conhecido como Banco dos BRICS.
 
Em seu discurso, Lula criticou o modelo de austeridade adotado por instituições como o FMI(Fundo Monetário Internacional) e o Banco Mundial, e reiterou a proposta de utilização de moedas alternativas ao dólar nas transações entre países do bloco.



 
“Vocês podem e devem mostrar ao mundo que é possível criar um novo modelo de financiamento sem condicionalidades. O modelo da austeridade não deu certo em nenhum país do mundo” , afirmou o presidente.
 
Lula argumentou que políticas de austeridade aprofundam desigualdades e penalizam países em desenvolvimento.
 
Ele citou o caso da África, destacando que “não é possível que o continente africano deva US$ 900 bilhões e o pagamento de juros seja muito maior do que qualquer forma de novos investimentos” .
 
Na avaliação do presidente, o sistema financeiro internacional, baseado nos acordos de Bretton Woods, não responde aos desafios do século XXI, marcados por transformações geopolíticas, instabilidade global e mudanças climáticas.
 
“A chamada austeridade exigida pelas instituições financeiras levou os países a ficarem mais pobres, porque toda a vez que se faz austeridade, o pobre fica mais pobre e o rico fica mais rico. É isso que acontece no mundo de hoje e é isso que nós temos que mudar” , disse.
 
 
Moedas locais
 
Lula voltou a defender o uso de moedas locais ou de uma moeda comum entre os países do BRICS, com o objetivo de reduzir a dependência do dólar nas trocas comerciais.
 
“É por isso que a discussão de vocês sobre a necessidade de uma nova moeda de comércio é extremamente importante. É complicado, eu sei. Tem problemas políticos, eu sei. Mas se a gente não encontrar uma nova fórmula, a gente vai terminar o século 21 igual a gente começou o século 20 e isso não será benéfico para humanidade.”
 
Ele esclareceu que a proposta não busca substituir as moedas nacionais, mas criar um sistema financeiro multipolar. O presidente destacou que 31% dos projetos do NDB já são financiados em moedas locais e defendeu a ampliação dessa prática.
 
Uma das iniciativas nesse sentido é a criação da plataforma digital “BRICS Bridge”, voltada à liquidação e pagamentos em moedas locais, sem depender do sistema SWIFT.
 
O presidente elogiou a governança do NDB, presidido por Dilma Rousseff, por assegurar igualdade de voto entre os membros.
 
Para ele, esse modelo contrasta com a estrutura das instituições tradicionais e permite o financiamento de projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável, alinhados às prioridades nacionais.
 
 
Financiamento
 
Durante o evento, Lula também defendeu que o NDB financie países mais pobres da América Latina e Caribe, embora reconheça que isso exigiria garantias soberanas dos membros, o que pode enfrentar barreiras fiscais internas.
 
“Em um cenário global cada vez mais instável, marcado pelo ressurgimento do protecionismo e do unilateralismo e impactado pela crise climática, o papel do NDB na redução de nossas vulnerabilidades será crescente” , afirmou.
 
O discurso incluiu críticas à atuação da ONU diante do conflito entre Israel e Palestina.
 
“Há muito tempo eu não via a nossa ONU tão insignificante como ela se apresenta hoje. Uma ONU que foi capaz de criar o Estado de Israel não é capaz de criar o Estado Palestino. Não é capaz de fazer um acordo de paz para que o genocídio do exército israelense continue matando mulheres e crianças inocentes em Gaza.”
 
Encerrando sua fala, Lula defendeu o protagonismo político na condução das questões econômicas. “Essas lideranças políticas é que têm que tomar as decisões sobre as questões econômicas.”
 
O Brasil ocupa em 2025 a presidência rotativa do BRICS. A cúpula de líderes do grupo está marcada para 6 de novembro.
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