DIA MUNDIAL DA ÁGUA: Acesso a água potável ainda é desafio para 33 milhões de brasileiros

A falta de políticas públicas é o maior desafio para garantir água de qualidade para a população

DIA MUNDIAL DA ÁGUA: Acesso a água potável ainda é desafio para 33 milhões de brasileiros

Foto: Freepik

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Hoje, 22 de março, comemora-se o Dia Mundial da Água, uma data instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1993, com o objetivo de conscientizar a população de que a água é um recurso limitado e pode ser desperdiçada para seu uso primordial, o consumo humano. A escassez e a contaminação são os maiores riscos observados e compromete o abastecimento 2,2 bilhões de pessoas no mundo.

 

Nessa reportagem, o Rondoniaovivo faz uma abordagem geral da importância da água e da falta de investimentos públicos em obras estruturantes que podem promover o bem-estar da população, com melhor qualidade de vida e saúde.




 

No Brasil, aproximadamente 33 milhões de habitantes não têm acesso a água potável, de acordo com informações do Instituto Trata Brasil. O Novo Marco Legal do Saneamento Básico determina que todas as regiões do Brasil devem garantir o acesso à água potável para 99% da população até 2033.

 

A Amazônia, que é considerada a maior fonte de água doce do planeta, vem sofrendo impactos com secas de rios e mananciais, o que pode comprometer ciclos futuros que garantam água para o consumo e irrigação. O desmatamento acelerado e a perda de áreas de reservas florestais naturais comprometem a manutenção de nascentes que podem findar com micros bacias com seca definitiva de alguns rios, caso não haja urgente ação que garanta a proteção dos recursos naturais renováveis.

 

Ameaça do desmatamento

 

Segundo o Inpe, o desmatamento na Amazônia diminuiu 45,7% de agosto de 2023 a julho de 2024, o que equivale a 6.288 km2, mas os índices ainda são altos e preocupantes, considerando que desde 1970, a Amazônia brasileira perdeu mais área florestal do que o tamanho da França

 

O desmatamento em Rondônia ainda é preocupante. Entre 1988 e 2021, Rondônia foi o terceiro maior desmatador da Amazônia Legal, derrubando 64,6 mil km² de floresta. Em março de 2023, o desmatamento em Rondônia cresceu 450% em relação ao mesmo período do ano anterior. No primeiro bimestre de 2024, o desmatamento em Rondônia caiu 77%. No entanto, os focos de queimadas aumentaram 38% nos primeiros três meses de 2024. 

 

Esse impacto é refletido na redução de nascentes, riachos e rios além de afetar o lençol freático urbano e rural que está cada vez mais baixo, sendo percebido com a secagem de poços e águas de superfícies.

 

Qualidade da água

 

O SISAGUA (Sistema de Informação de Monitoramento da Qualidade da Água para Consumo Humano) é o principal instrumento em uso no Brasil para apoiar na gestão de riscos à saúde ligados à qualidade da água para consumo humano, oferecendo um repositório de dados técnicos disponíveis para consulta pública.

 

Apesar de existir legislação que trata da qualidade de água, Decreto Federal 5.440, de 4 de maio de 2005, a falta de políticas públicas e a deficiência de infraestrutura básica acarretam problemas de abastecimento de água potável para a população. O resultado dessa ingerência é o alto índice de doenças levando muita gente para as filas de unidades de saúde com doenças que poderiam ser evitadas.

 

A má qualidade da água pode causar diversas doenças, como hepatite A, cólera, leptospirose, amebíase, giardíase, febre tifoide, entre outras. Essas doenças são chamadas de veiculação hídrica, pois a água é o principal meio de transmissão. Investimentos em melhorias no fornecimento de água de qualidade compensaria os gastos de governos e prefeituras com tratamentos de doenças que não estariam presentes na vida das populações dos municipios.

 

Rondônia deixa a desejar

 

A Lei nº 14.026, de 2020, determina que todos os municípios brasileiros devem atender 99% da população com serviços de água potável até 2033. Esse índice está muito longe de ser atendido em Rondônia. O Instituto Trata Brasil divulgou ontem (21), o novo ranking das 100 piores cidades mais populosas do país, e Porto Velho continua como a primeira com pior índice de saneamento básico, perdendo Macapá (AP) que aparece em segundo lugar, e para Santarém (PA) que é a terceira pior do Brasil.

 

Em 2022, 36,54% da população de Porto Velho recebia água potável por rede geral de distribuição, sendo um dos piores índices entre as capitais brasileiras. Nos municípios do interior a realidade não é diferente com o impacto da falta de investimentos públicos nas obras estruturantes que possam levar água de qualidade aos moradores.

 

Alternativas urgentes

 

Sem água nem um ser vivo resiste. Além de investimentos em abastecimento e tratamento de água para as populações, faz necessário investir em recuperação e manutenção de nascentes para garantir a manutenção da água nas propriedades rurais e nas microbacias que abastecem as cidades e o campo. A preservação de matas ciliares e de reservas legais também são fundamentais para preservação da água.

 

De acordo com artigo do portal da revista Exame, 60% das pastagens brasileiras estão degradadas. A recuperação dessas áreas improdutivas evitaria o desmatamento acelerado em áreas de cobertura natural e ajudaria na manutenção da água e o ressurgimento de nascentes em áreas assoreadas. Ajudaria ainda no aumento de aproximadamente 30% da produção agrícola, sem a necessidade de novos desmatamentos.

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