"A milícia era comandada por um indivíduo que já se encontrava preso na Casa de Custódia de São José dos Pinhais, de onde emitia as ordens para os assassinatos - chegando a acompanhar em tempo real as execuções, muitas vezes por chamadas de vídeo. Foi identificado que quando não conseguia acompanhar as mortes, o chefe do grupo de extermínio solicitava que vídeos com as execuções fossem registrados e lhe encaminhados na sequência".
Essa surpreendente revelação foi feita pela Polícia Civil do Paraná nesta quarta-feira (11), ao final de uma megaoperação com ajuda da Polícia Militar e do Gaeco contra um grupo de extermínio realizada no Paraná (Ponta Grossa, Curitiba, Carambeí, Colombo, Imbituva, Ivaí, Piraquara e São José dos Pinhais), Mato Grosso do Sul (Campo Grande e Cassilândia), Santa Catarina (Florianópolis, Herval e Palhoça), São Paulo (Araçatuba, Birigui e Sud Menussi) e Rondônia (Parecis).
O grupo, com envolvimento já comprovado em 21 assassinatos e seis tentativas, além de tráfico de drogas e corrupção de menores, era uma organização chefiada de dentro da prisão, mas que fora dela contava com indivíduos associados, responsável financeiro, grupo de apoio logístico, olheiros e grupo de executores.
A operação foi desenvolvida para cumprir 48 mandados de prisão preventiva, 133 mandados de busca e apreensão e 69 medidas de sequestro de bens e valores e bloqueios de contas bancárias. A polícia não revelou qualquer nome, mas confirmou que o líder foi transferido para um presídio federal e outros três presos envolvidos com o mesmo grupo foram isolados na Casa de Custódia de São José dos Pinhais.