Uma máquina de fazer doido! Assim são apelidadas as quatro penitenciárias federais do Brasil. Catanduvas (PR), Campo Grande (MS), Mossoró (RN) e a de Porto Velho, a cerca de 40 km da capital de Rondônia, inaugurada em junho de 2009.
A unidade rondoniense pode abrigar até 208 presos em celas individuais e é dotada de 280 câmeras de vigilância e de outros equipamentos sofisticados de segurança. Quando a “máquina” estiver em pleno funcionamento, 250 agentes e mais 50 técnicos, entre os quais estão incluídos médicos, dentistas e psiquiatras, estarão trabalhando no local.
Porém, o presídio de Porto Velho está apresentando uma deficiência num quesito importante. A alimentação dos condenados e pode em tese, provocar situações de conflito.
Uma empresa de Vitória (ES) ganhou uma licitação para fornecer comida aos “habitantes” do presídio em Rondônia. Sem possuir qualquer cozinha no Estado, muito menos equipamentos para transporte e armazenamento, a qualidade está deixando a desejar. Duas alterações já teriam sido registradas pelos plantões da segurança, com a entrega pela referida empresa de comida azeda, sem condições de consumo humano.
Cabe uma investigação do Ministério Público Federal para checar as reais condições de atendimento da referida empresa, que pode provocar grandes prejuízo ao sistema penitenciário federal.
Casos de alterações nas “masmorras federais” não é exclusividade de Rondônia. Segundo o jornalista José Maschio da Folha, a penitenciária federal de Catanduvas (PR) vive uma situação de caos, motivada por uma queda-de-braço entre os agentes penitenciários e a direção da unidade. Esse quadro é descrito em relatório interno do serviço de inteligência da Polícia Federal, a cuja cópia a Folha teve acesso. O documento expõe uma unidade bem diferente do superpresídio alardeado pelo governo.
Mostra agentes com antecedentes criminais e desvios de conduta, falhas graves de segurança e influência de presos -como o traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, o primeiro a ocupar a cadeia. A disputa interna, aponta o relatório, é motivada pela decisão do Ministério da Justiça de vincular os agentes ao Depen (Departamento Penitenciário Nacional) e colocar homens da Polícia Federal nos dois principais cargos de chefia da cadeia -chefe de segurança e diretor. (...)