Programa ajuda empresas a deixarem de consumir madeira ilegal
Foto: Divulgação
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Os programas “Cidade Amiga da Amazônia” e “Estado Amigo da Amazônia”, criados pelo Greenpeace para auxiliar o poder público a deixar de consumir madeira amazônica ilegal ganharam uma terceira versão, agora para empresas que desejam proteger a floresta.
A coordenadora Adriana Imparato explica que, devido às proporções que a iniciativa tomou, foi necessário que ela passasse aos cuidados da Fundação Getúlio Vargas, mais preparada para lidar com o setor empresarial. O Greenpeace seguirá fazendo parte dos conselhos dos programas.
Já são três estados (São Paulo, Minas Gerais e Bahia) e 38 municípios participantes. A primeira empresa a aderir firmou nesta terça-feira (3) o compromisso de controlar a origem de toda a madeira que consumir. “É uma questão de responsabilidade com o cliente. O consumidor não sabe onde buscar a madeira correta. A construtora precisa saber onde buscar”, diz Julio Sawaya, sócio da Sawaya Construções, de São Leopoldo (RS).
“A madeira ilegal tem evasão fiscal, mão-de-obra escrava, uma série de injustiças por trás”, alerta. Segundo Sawaya, investir em madeira com origem legal já não é algo tão caro: “Custa cerca de 15 a 20% a mais que a ilegal”, calcula. “Além disso, não usamos mais madeira amazônica em larga escala. Somente para portas, janelas e rodapés”.
A falta de oferta de madeira com procedência legal em sua região de atuação fez com que o empresário decidisse abrir em sua cidade um entreposto para venda de madeira legal e eco-materiais. A empresa orgulha-se de ter realizado a primeira obra pública com madeira 100% certificada no país, um centro para turistas na Serra Gaúcha.
A inclusão de empresas, além de governos municipais e estaduais, é importante, explica Adriana, pois atinge um novo nível na cadeia econômica. “Você não muda o consumo da administração pública sem mudar os fornecedores”, diz.
A exemplo do que acontece com os estados e municípios participantes, o programa “Empresa Amiga da Amazônia” fará com as companhias interessadas um treinamento para que seus funcionários possam identificar todos os fornecedores e checar a origem da madeira comprada. “Nosso programa propõe passos para sair de um consumo predatório para um mais responsável. Mais para frente, a empresa pode passar a utilizar madeira de manejo, de uma forma realmente sustentável”, explica a coordenadora.
“As empresas se qualificam e desenvolvem uma nova política de uso de madeira”, diz Adriana. “As construtoras são as mais desejáveis para assumirem esses compromissos. Elas ainda consomem um volume muito grande de madeira”, acrescenta.
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