Índio tem cabeça esmagada com pernamanca e depois é violentado em Lábrea (AM)
Foto: Divulgação
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Um assassinato entre indígenas, com requintes de crueldade, deixou os moradores do município de Lábrea (a 783 quilômetros de Manaus) estarrecidos. Orlando Lopes da Silva, 23, da etnia apurinã, foi morto a pauladas e depois foi abusado sexualmente. O autor do crime foi o índio da etnia paumary Edivânio Lopes da Silva, 19, que foi preso em flagrante, horas após o homicídio.
“Ele (Edivânio) confessou o crime friamente. Durante todo este tempo em que estou aqui, ainda não tinha presenciado um crime tão bárbaro como este”, afirmou o comandante do policiamento do município, tenente da Polícia Militar Márcio Leite. O corpo de Orlando foi encontrado em um matagal, nas proximidades da orla da cidade, totalmente despido e de bruço.
O crime aconteceu por volta das 4 horas de sexta-feira. Conforme relatos do paumary Edivânio Lopes à polícia, ele bebia com a vítima e mais quatro indígenas em um bar, desde as 19 horas do dia anterior. Eles não tiveram nem um tipo de discussão antes. Às 3 horas, os companheiros se despediram e foram para a Casa do Índio dormir. Os dois continuaram bebendo.
A uma determinada altura da conversa, a dupla combinou de ir a um matagal manter relações sexuais. No local, Orlando Lopes teria consumado o fato. Na seqüência, quando Edivânio tentou fazer o mesmo com o apurinã, o mesmo teria se negado. “O Edivânio ficou revoltado com a negativa do Orlando, que descumpriu o ‘acordo’. Foi quando ele (Edvânio) pegou uma pernamanca e deu várias pauladas na vítima, que morreu na hora. Não conformado com a situação, o suspeito retirou toda a roupa de Orlando e manteve relações sexuais com ele morto”, relatou o delegado.
Como estava embriagado, o paumary Edivânio Lopes dormiu ao lado do corpo. O acusado foi acordado pelo pai — cujo nome não foi revelado pela polícia — que o levou para casa. Minutos depois, ele foi preso pelo delegado do 6º Distrito Regional de Lábrea, tenente PM Márcio Leite. Em depoimento, inicialmente, o indígena afirmou que ele e a vítima tinham sido espancados pelos quatro amigos que bebiam com eles no bar.
Porém, ao ter sido questionado pelo oficial sobre as manchas de sangue em sua camisa, ele resolveu relatar o crime passo-a-passo. Os quatro indígenas que estavam com eles no bar foram chamados à delegacia para prestar esclarecimentos e disseram que haviam permanecido com eles até as 3h.
Apurinã foi preso em maio
De acordo com informações do delegado, há dois meses, Edivânio foi preso sob a acusação de ter tentado violentar um outro indígena da mesma tribo. Márcio, disse, ainda, que as divergências entre os índios dessas duas etnias são freqüentes na cidade, no entanto, nunca tinha chegado ao extremo de cometerem tal barbárie.
Acusado pode pagar pena em aldeia
A chefia da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Lábrea informou que enviou uma solicitação à administração-geral da área, sediada no município de Ji-Paraná, em Rondônia, para que ela envie um assessor jurídico à delegacia do município. Ele deve acompanhar o caso do paumary Edivânio Lopes. Por conta da distância, o auxílio-jurídico só deverá chegar à cidade de Lábrea em dois dias.
O representante da Funai de Lábrea, Izaac Albuquerque, disse que ainda não há provas concretas sobre a autoria do crime. No entanto, ao EM TEMPO, o delegado Márcio Lopes afirmou que o indígena teria confessado o homicídio. Até que o caso seja esclarecido, Edivânio deverá ficar detido na delegacia, mas, segundo Izaac, se condenado, ele deverá cumprir a pena em sua aldeia de origem ou mesmo na delegacia.
A primeira alternativa, conforme informou o representante é, neste caso, a mais viável. “Nós já tivemos vários crimes praticados por indígenas, aqui, (Lábrea) e na maioria dos casos eles vão cumprir suas sentenças nas aldeias de origem”, disse Izaac Albuquerque.
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