*Em entrevista coletiva na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o presidente da entidade, Cardeal Geraldo Majella Agnelo, criticou o projeto que defende o aumento de 26,49% no salário dos parlamentares, do Presidente da República, do vice-presidente e dos ministros. Com o reajuste, cada deputado passaria a ganhar R$ 16,2 mil e o presidente Lula, R$ 11,2 mil.
*Sobre a proposta do governo em reajustar o salário mínimo de R$ 350 para R$ 380, o cardeal criticou o pequeno acréscimo de R$ 30. Segundo ele, o aumento deveria ser o mesmo que o concedido aos parlamentares e a membros do primeiro escalão do Executivo. “Seria mais lógico aumentar os salários na mesma proporção”, afirmou Majella.
*Referindo-se à recente declaração do presidente Lula de que os ministros são “heróis”, porque, na opinião dele, não são bem remunerados (salário, em média, de R$ 8 mil), o presidente da CNBB disse que "heróis são os que sobrevivem com o salário mínimo. Esses são os verdadeiros heróis da pátria”.
*Sobre os investimentos do governo em obras de infra-estrutura, o vice-presidente da CNBB, Dom Celso de Queirós, disse que vê com "insensibilidade e desconfiança" o uso do dinheiro público em obras anunciadas pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
*“Nesse clima de corrupção em que essas obras são feitas, não se sabe para onde vai todo o dinheiro. A gente não duvida das boas intenções, mas temos que ver até que ponto serão executados esses planos.”