MOMENTO LÍTERO CULTURAL

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01-MANUEL BANDEIRA

IRENE NO CÉU

 

Irene preta

Irene boa

Irene sempre de bom humor.

 

Imagino Irene entrando no céu:

- Licença, meu branco!

E São Pedro bonachão:

- Entra, Irene. Você não precisa pedir licença.

 

02-ARMINDO BRANCO MENDES CADAXA – Nova Friburgo, RJ – Em Memória

ORQUÍDEAS

 

Colhidas nestas matas

Deixadas na varanda leste

Exalam de manhã

A fragrância mais intensa

À luz do sol exibem

Coloridos mantos

 

No terraço do poente

Do lusco-fusco

Pela noite adentro

Empalidecem

Emitem olores

Suavemente

 

O jardim de inverno

Perfumam sempre.

 

03-ANTONIO CARLOS SECCHIN – ABL – Rio de Janeiro, RJ.

TEMPO:  SAÍDA & ENTRADA

 

No tempo de minha avó

meu feijão era mais sério.

Havia um ou dois óculos

me espiando atrás

de molduras roídas.

Mas eu era feliz,

dentro da criança

o outono dançava

enquanto pulgas vadias

dividiam os óculos.

 

dentro da criança

as pulgas espiavam

o outono vazio,

dividiam minhas molduras

roídas por óculos vadios.

No tempo de meu feijão

minha avó era mais séria.

 

04-REGINA MADEIRA – Governador Portela, RJ.

SILÊNCIO EM POESIA
 
Silenciei minha voz, silenciei minha canção.
Tão calada a minh’alma, tão calada a emoção.
Fiz silêncio na noite, fechando minha poesia.
Tão calado meu verso, perdi minha romaria.



Silenciei minha palavra, anoiteceu fraca e muda.
Calou-se diante da estrela, que ao negro céu aveluda.
Silenciei o meu verso diante dessa certeza.
Que a atitude é o reverso de quem não tem mais firmeza.
 


Silenciei a escrita frente a tanta hipocrisia.
Jogando fora a pena que já não me alivia.
Conservando o que escrevo gravado a pedra e cinzel.
Rasguei as folhas avulsas queimando todo o papel.
 


Silenciei o poema quando perdi toda rima.
Somente valendo a pena quando copio de Cima.
Silenciei a poesia, sigo cantando essa dor.
Acordando em extasia para cantar novo amor.



06/03/2017

 

05-JOSÉ REGI – Maria da Fé, MG.

A Sagração de recomeçar

 

Recolher os cacos

Juntar as pedras que nos atiraram

Montar de novo a trincheira

E colocar-se de pé

 

Novas batalhas se desvelam

Diante dos olhos medrados

Por esta guerra causada

Sem causa e motivo

 

Ontem ficou tombada na memória do tempo

Hoje é mais um dia de luta

Amanhã não sabemos o que nos aguarda,

Porém atenção dobrada.

 

Um dia tudo cessa 

Com a pressa do tempo 

Entre chegar e partir

Existe um intervalo para viver.

 

Fechar os olhos em calmaria

Faz parte do acordo e da alquimia

Desta anarquia almada do poeta

Que advém sua poesia.

 

06-ADELINA VIANA – Matosinhos, Portugal.
LIVRE

Sou livro
Livre
Sou liberdade...
Sou pássaro
Ninho
Sou passarinho...
Suponho
Sou sono
Sou sonho...
Sou calma
Sou alma
Sobrevivo...
Ser vivo
Ser ilusão
Ser bondade
Ser verdade
Ser amor
Ser coração
Ser contigo
Ah...
Mas sem ti, não !

 

07-CLAUDIA LUNDGREN – Teresópolis, RJ.

 Parte de minh'alma

 

 Porque fostes de mim, 

 Parte de minh"alma?

 Ferida que não sara

 Sangue inestancável

 No meu íntimo, um trauma

 Porque, oh minh'alma,

 Tornaste-me metade?

 

 Procurei-te loucamente

 Oh, parte de minh'alma!

 Em meio a tantas outras

 Encontrei somente corpos,

 Desejos, bocas e beijos

 Secos e tão frios

 Frívolos, vazios

 

 Nenhum toque como o teu

 Metade de minh'alma!

 Me diga, qual abraço

 Me traria tanta calma?

 Já não rio, e nem choro

 Se tu soubesses de mim,

 Oh minh"alma, cheguei ao fim.

 

 Deixei de ser inteiro

 Parte de mim me falta

 Pois vivo com meia alma

 Pensava, de tão querida,

 Que minha, era tua vida

 Porque fostes de mim

 Oh, alma de minh'alma?

 

 Creio que um dia,

 Saberás, oh vida minha!

 Que tua alma amada

 É parte da minha alma

 Quanto eu enfim daqui partir

 Para o céu azul, para o porvir

 Sentirás faltar em ti meia alma.

 

08-JERSON BRITO – Porto Velho, RO.

CONFINAMENTO

 

Efluem, vão às carnes os perfumes...

Transdérmicos, alcançam profundezas,

ainda mais agitam correntezas

que, em nós jorradas, soltam seus volumes.

 

Olhares de expressão vibrante, lumes,

respondem, com fulgor, delicadezas.

Em volta, paredões de fortalezas

encerram, minha flor, nossos ardumes.

 

Um turbilhão de afeto nos confina...

Declaram alegria cristalina

dois rostos satisfeitos, flutuantes.

 

Enquanto a sedução se impõe, em riste,

lá fora, nada nos importa, existe

porque de um Éden somos habitantes.

 

09-DANIEL MAURÍCIO – Curitiba, PR

Folha Seca

 

Cansada de ser folha,

Foi asa...

Voou com o vento

Descortinando novas paisagens.

Exausta,

Rodopiou mansinho

Sonhando que o redemoinho

Era uma cantiga de ninar.

 

10-WILSON GUANAIS – São Paulo, SP.

Reintegração

 

Enfim quando tudo

fizer sentido

no meu último sonho

quero ser asas

 

mesmo sabendo

desnecessárias

e inuteis como remos

ou pedras ou nada

 

tudo fere e desfigura

esse frágil aqui agora

(breve alucinação

do espelho d'água)

 

 lentamente anoitece

só quero ter mãos

saberei o rosto de deus

tocando o meu

 

11-SELMO VASCONCELLOS – Porto Velho, RO

O HOMEM NO MEIO SOCIAL

 

O homem com toda fortaleza

é um fraco.

 

Enquanto está bem

esconde sua fraqueza

 

Quando está só

busca em Deus que tenha dó.

 

Reza, promete, implora,

Fala, grita e chora.

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