Foto: Divulgação
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Domingo a tarde, ligo a TV no Animal Planet e me deparo com cena de ação e tensão de um documentário. Entre grandes ondas, um navio corta o oceano Antártico. No seu encalço, duas lanchas e um helicóptero de entidade de combate a caça ilegal de baleias. Quando os ‘piratas ecológicos’ se aproximam do baleeiro japonês, marujos ligam e apontam um ‘canhão de som’ em direção ao piloto do helicóptero, que enquanto pede para que não façam isso, com uma manobra brusca no manche, sai do alcance da máquina que faz parte das novas tecnologias armamentistas. Uma cena real da série Sea Sheperd que acompanha a guerra contra os baleeiros do Japão. (Veja aqui)
Fico intrigado e faço uma busca sobre a tal arma que pode desequilibrar mentalmente uma pessoa, provocando até a queda de um helicóptero.
O ‘LRAD’, dispositivo acústico de longo alcance foi inventado pela American Technoloy Corporation por encomenda das forças armadas dos EUA, depois que o navio USS Cole foi bombardeado por um bote suicida no Iêmen, em 12 de outubro de 2000. Seu feixe sonoro é concentrado num ângulo bem fechado, permitindo que a emissão seja mirada contra um alvo específico.
Diferente de alto-falantes convencionais, que usam eletromagnetismo para vibrar um diafragma e amplificar o som, o LRAD usa transdutores piezoelétricos para concentrar e direcionar energia acústica. Existem modelos portáteis para controle de distúrbios em multidões, até os de longo alcance para uso militar em operações de guerra.
Atualmente o LRAD 2000x é o maior equipamento da empresa, utilizado para operações estratégicas de longo alcance, projetando o ‘zunido’ de até 162 DB a mais de 9 km. Veja descrição técnica - Clique aqui
Entre as sensações no alvo atingido pelas ondas sonoras estão: tontura, desmaio, desorientação espacial, náuseas, vômitos, tímpano estourado e até ataques epiléticos. (onde comprar)
DERRUBA AVIÕES?
O uso do LARD em ações criminosas e de terror é hipótese plausível. Já é largamente usado para afastar piratas de embarcações mercantes (veja aqui). Já foi colocado no alto de serras no México na caçada ao traficante El Chapo. ( veja aqui )
Segundo Wikipédia, ‘estas ondas sonoras extremamente energizadas podem perturbar ou destruir os tímpanos de uma pessoa, causando desorientação e dores intensas; o que é suficiente para incapacitar alguém. Ondas menos potentes causam náuseas e desconforto em seres humanos. A utilização dessas frequências para incapacitar pessoas, tem sido aplicada tanto no contraterrorismo, quanto no controle de multidão.
A possibilidade de um dispositivo que causa vibração nos globos oculares - e, portanto, distorce a visão - foi, aparentemente, confirmado pelas pesquisas do engenheiro Vic Tandy’ - Leia aqui
E uma dessas possibilidades é ser aplicado para desorientação de pilotos de aeronaves em voo de baixa altitude. Com alvo direcional, pode atingir pessoas dentro dos aviões e até ‘apagar’ os tripulantes.
No caso do ataque dos baleeiros japoneses contra helicóptero dos Sea Sheperds em 2009, o piloto Chris Aultman afirmou “Isso foi extremamente irresponsável. “Esse dispositivo pode causar náuseas e desorientação, e utilizá-lo contra uma aeronave é extremamente perigoso e irresponsável” complementou - VÍDEO
TEORIA DA CONSPIRAÇÃO
No Brasil, dois acidentes aéreos de forte comoção nacional tornaram-se alvo de teorias de conspiração. Em 2014, a morte de Eduardo Campos em plena campanha eleitoral para presidência da república e recentemente, no início de 2017, a queda do avião que levava o ministro do STF, Teori Zavaski, relator da operação Lava Jato.
O suposto enredo criminoso permeia a rede social brasileira, mas a hipótese de crime político é descartada pela grande imprensa e investigadores oficiais.
Em nenhuma das linhas de investigação foi aventada a possibilidade de tal arma ter sido usada. Os relatórios finais sobre causas dos dois acidentes apontam somente possível falha humana. Este equipamento já está no Brasil desde 2013 (Veja vídeo) (Anonymous Brasil 2013)
SINCRONIA
Em ambos os acidentes, algumas situações são idênticas, com incrível coincidência. O Jato Cessna prefixo PR-AFA e o Turbo Helice king Air PR-SOM eram aeronaves novas, com baixo índice de acidentes nas estatísticas mundiais. Os pilotos eram considerados experientes e no caso ‘Teori’, o piloto ainda realizava treinamentos de pilotos para operação na pista da histórica Paraty.
Na hora do acidente, as duas aeronaves sinistradas estavam operando modo aterrissagem em aeroportos no litoral brasileiro, com topografia parecida em regiões próximas. Os aviões faziam aproximação da cabeceira da pista sobrevoando oceano. Não existe torre de comando nem instrumentos de aproximação por ‘aparelho’ em nenhum dos dois aeródromos, Base Aérea de Santos (SP) e Aeroporto de Paraty (RJ), que são operados por rádio.
Outro detalhe relevante, nos dois acidentes as aeronaves caíram ‘funcionando e acelerando’, como se deliberadamente, o piloto não tivesse mais comando da aeronave. Nos dois casos, a queda dos aviões aconteceu após uma arremetida por suposta falta de condições climáticas para pouso. Também estavam com trem de pouso recolhido. Testemunhas dizem ter ouvido barulho intenso antes das quedas.
EDUARDO CAMPOS
No laudo final da investigação sobre acidente que vitimou o presidenciável Eduardo Campos, a perícia governamental afirma que a aeronave estava sem indícios de falha mecânica ou instrumental. Ou seja, não foi encontrado nenhum motivo para se acreditar em sabotagem mecânica ou eletrônica na aeronave. Apontam como causa determinante, uma possível desorientação espacial do piloto e copiloto. ( Veja simulação)
Segundo laudo do CENIPA somando-se às condições meteorológicas, “verificou-se que existiam outras condições que poderiam comprometer a cognição e a capacidade de julgamento da tripulação. AUDIO COMPLETO
O estresse, a ansiedade e a sobrecarga de trabalho, gerados pelas condições analisadas anteriormente, somados ao fato de se estar transportando uma pessoa pública, poderiam contribuir para uma alteração das habilidades física e mental dos pilotos.
Considerando: os estímulos no aparelho vestibular, como consequência da realização de uma curva “apertada” (com carga superior a 1,15G) para a esquerda; as variações de velocidade à baixa altura; as condições meteorológicas restritas, que obrigavam a uma alternância do voo visual para o voo por instrumentos; e, o fato de o RF A-134/CENIPA/2014 PR-AFA 13AGO2014156 de 170 piloto ter, possivelmente, realizado movimentos com a cabeça (alternando o olhar para os instrumentos e para fora da aeronave), na tentativa de manter-se em contato visual com a pista e com os obstáculos no terreno; infere-se que essas condições podem ter implicado em uma desorientação espacial do tipo incapacitante.
Desse modo, tomando-se como base as condições meteorológicas e a capacidade de detecção e julgamento do ser humano quanto à posição do corpo no espaço, por meio dos sistemas fisiológicos de orientação, é possível inferir que uma situação de desorientação espacial contribuiu para que a aeronave entrasse em uma atitude anormal.” ( Baixe aqui relatorio CENIPA)
Um indício de estarem supostamente desorientados está no áudio divulgado da conversa do copiloto do jato com oficial da Base Santos logo após arremetida do jato executivo, onde evidencia-se confusão mental do tripulante. O copiloto erra o prefixo de aeronave e em outra fala com operador de rádio, quando responde sobre confirmação de procedimento de arremetida em andamento, responde balbuciando, sem completar frase. Dali para frente, mais dez contatos via rádios não foram mais respondidos. (ouça audio)
TEORI ZAVASKI
No caso da queda do avião que transportava o ministro Teori Zavaski para um final de semana acompanhado de amigos a cidade de Paraty no sul fluminense, repete-se as coincidências do voo fatídico de 2014. O piloto conhecia muito bem a região e aeroporto. Vinha sobrevoando o oceano a baixa altitude. Fez manobra de arremeter, pareceu desorientado e quando caiu, praticamente entrou no mar ‘acelerando’, sem nenhuma ação evasiva, como se não estivesse mais no comando.
Dentro da suposição de crime político, sua posição como relator da operação Lava Jato em véspera de homologar delação com nomes de mais de 100 políticos brasileiros transforma-o em alvo potencial de uma ORCRIM – Organização Criminosa.
SEM DEIXAR RASTROS?
Longe de querer emplacar uma verdade, mas sim, com vontade de provocar uma investigação sobre possibilidade do uso desta arma por parte de interessados na morte dos dois homens públicos, faço esta resenha.
De um barco de pequeno porte é possível aguardar sobrevoo de alvo em baixa altura. Sabendo-se da chegada de voo, com imagem da aeronave pode-se disparar a arma, que vai apenas desligar pilotos. Numa eventual perícia na aeronave, nada é encontrado. Na autopsia, também não pode ser detectado.
No relatório final do Cenipa, publicado no DIVOP, conclui-se pelos técnicos da aeronáutica os resultados obtidos na análise dos parâmetros de voz, fala, linguagem do copiloto indicaram compatibilidade com fadiga e sonolência.
Pois bem, nos dois casos, os aviões vinham voando ‘baixo’ sobre oceano. No caso de presidenciável, tinha uma agenda pré marcada e sabia-se data e hora de sua chegada a Santos. Pelo plano de voo, também por onde faria sua aproximação da cabeceira da pista.
No caso do ministro da ‘lava jato’, sua viagem á Paraty não estava programada, mas pode ter sido facilmente convencido por presença de ‘companhia agradável’.
Não se investigou a possibilidade de uso de LRAD, mesmo com várias evidências de possibilidade de crime político. Sempre se soube, que dissimular um acidente é a melhor forma de matar pelos serviços especializados neste tipo de operação. (ouça LARD )
Que o Cenipa nos diga se investigou esta possibilidade.
Sei que coincidência existem, mas os LRADs também.
E que eu pare de assistir CSI e Criminal Minds.
* Paulo Andreoli é jornalista em Rondônia
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