Búfalos e soja – Por Osmar Silva

Búfalos e soja – Por Osmar Silva

Búfalos e soja – Por Osmar Silva

Foto: Divulgação

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 Acompanho à distância projeto de lei que tramita na Assembléia Legislativa para definir o que fazer com os búfalos da Fazenda Pau D’oleo. Esta propriedade do governo poderia ter se transformado num ambiente voltado para a área científica em parceria com a universidade federal e as faculdades privadas, estudando e pesquisando o nosso bioma, desenvolvendo tecnologias, ajudando no desenvolvimento de Rondônia. Como nada disso aconteceu, virou um problema.

O crescimento desenfreado da manada de búfalos alargou as fronteiras da Pau D’Oleo. Regrediram à condição selvagem primitiva e percorrem as terras e os pantanais, sem fronteiras e sem controle. Por conta disso, querem exterminá-los. Será esse, de fato, o melhor caminho? Há quem proponha a realização de safáris à moda africana, onde aventureiros caçadores, viveriam a aventura da caçada, pagando(ao estado) por esse selvagem de prazer sangue.

Ao invés disso, talvez se pudesse capturá-los e doá-los aos pares, entre os noventa mil produtores da agricultura familiar. Aos mais pobres, certamente. Seria-lhes mais uma opção de diversidade de renda. Limitar-se-ia, por lei, uma quantidade de população por propriedade. No máximo dez animais, por exemplo.

Seriam fiscalizados e controlados pela Idaron. Seus donos gerariam produtos oriundos do leite, comeriam ou venderiam a carne excedente para frigoríficos especializados na exportação dessa iguaria exótica. Tudo se aproveitaria. Ossos, miúdos, couro. Todos ganhariam com essa nova cadeia produtiva. Certamente que a Ilha de Tapajós tem muito a nos ensinar sobre esse animal e suas muitas utilidades.

Como ficaria adstrito à pequena propriedade em pequena quantidade, demandaria pequenas pastagens – coisa que todo pequeno produtor tem - agregada à tecnologias para o correto manejo e produção. Coisas que Rondônia já tem. Sei não. É só uma ideia de leigo. Não sou especialista no assunto. Mas creio que será melhor que dizimar.              

Outra coisa que chama atenção é a desenfreada expansão da soja. Não que seja contra a lavoura, deixemos isso claro. Mas junto com o boi já se constitui na principal pauta de exportação de Rondônia. Seu avanço cresce vertiginosamente. E vai tomando terras que foram do café, do cacau, do milho e até do gado. Como o lucro é bom e rápido, não sobra uma nesquinha de solo para o maxixe, o quiabo, a macaxeira, a alface, o tomate e o jerimum.

A cultura da soja é egoísta. Não divide espaço com árvores. Lembro dos campos sem fim do Mato Grosso e do Goiás. Aqui e acolá uma casa ilhada no meio da plantação. Sem pomar, sem árvore nenhuma. Um tapete de verde de solidão. Sertão despovoado. Pouca gente, em especializadas profissões ou ofícios. As máquinas fazem tudo, comandadas por centrais de tecnologia da computação instaladas em qualquer lugar.

Os poucos jovens e as crianças dessas terras só conhecem matas, florestas e bichos pela internet. Isso me dá um medo enorme. Será esse o destino próximo de Rondônia? Já vi isso acontecer em outros lugares. Acho bom diminuirmos o entusiasmo e começarmos olhar o nosso amanhã que está sendo construído hoje.

Sei que não faltará quem diga: isso nunca vai acontecer aqui. Vai sim. É só deixarmos as águas rolar. Muita gente que está enriquecendo e que já enriqueceram aqui, não querem ser enterrados aqui. Isso faz uma enorme diferença, não faz?

Acompanho à distância projeto de lei que tramita na Assembléia Legislativa para definir o que fazer com os búfalos da Fazenda Pau D’Oleo. Esta propriedade do governo poderia ter se transformado num ambiente voltado para a área científica em parceria com a universidade federal e as faculdades privadas, estudando e pesquisando o nosso bioma, desenvolvendo tecnologias, ajudando no desenvolvimento de Rondônia. Como nada disso aconteceu, virou um problema.

O crescimento desenfreado da manada de búfalos alargou as fronteiras da Pau D’Oleo. Regrediram à condição selvagem primitiva e percorrem as terras e os pantanais, sem fronteiras e sem controle. Danificando a floresta, espantando bichos, degradando o meio ambiente.

Por conta disso, querem exterminá-los. Será esse, de fato, o melhor caminho? Há quem proponha a realização de safáris à moda africana, onde aventureiros caçadores, viveriam as emoções da caçada, pagando(ao estado) por esse selvagem de prazer sangue.

Ao invés disso, talvez se pudesse capturá-los e doá-los aos pares, entre os noventa mil produtores da agricultura familiar do estado. Aos mais pobres, certamente. Ser-lhes-ia mais uma opção de diversidade de renda. Limitar-se-ia, por lei, uma quantidade de população por propriedade. No máximo vinte animais, por exemplo.

Seriam fiscalizados e controlados pela Idaron. Seus donos produziriam alimentos oriundos do leite, comeriam ou venderiam a carne excedente para frigoríficos especializados na exportação dessa iguaria exótica. Tudo se aproveitaria. Ossos, miúdos, couro. Todos ganhariam com essa nova cadeia produtiva. Na Ilha de Tapajós nos ensinariam muito sobre esse animal e suas muitas utilidades.

Como ficaria adstrito à pequena propriedade e em pequena quantidade, demandaria pequenas pastagens – coisa que todo pequeno produtor tem - agregada à tecnologias para o correto manejo e produção. Coisas que Rondônia já domina. Sei não. É só uma ideia de leigo. Não sou especialista no assunto. Mas creio que será melhor que dizimar.              

Outra coisa que chama atenção é a desenfreada expansão da soja. Não que seja contra a lavoura, deixemos isso claro. Mas junto com o boi, já se constitui na principal pauta de exportação de Rondônia. Seu avanço cresce vertiginosamente. E vai tomando terras que foram do café, do cacau, do milho e até do gado. Como o lucro é bom e rápido, não se deixa nem uma nesquinha de solo para o maxixe, o quiabo, a macaxeira, a alface, o tomate e o jerimum.

A cultura da soja é egoísta. Não divide espaço com árvores, bichos e pássaros. Lembro dos campos sem fim do Mato Grosso e do Goiás. Aqui e acolá uma casa ilhada no meio da plantação. Sem pomar, sem árvore nenhuma. Um tapete de verde de solidão. Sertão despovoado. Pouca gente, em especializadas profissões ou ofícios. As máquinas fazem tudo, comandadas por centrais de tecnologia da computação instaladas em qualquer lugar.

Os poucos jovens e as crianças dessas terras só conhecem matas, florestas e bichos por fotos na internet. Isso me dá um medo enorme. Um calafrio. Será esse o destino próximo de Rondônia? Já vi isso acontecer em outros lugares. Acho bom diminuirmos o entusiasmo e começarmos olhar o nosso amanhã que está sendo construído hoje.

Sei que não faltará quem diga: isso nunca vai acontecer aqui. Vai sim. É só deixarmos as águas rolar do jeito que está rolando. Muita gente que está enriquecendo ou que já enriqueceram aqui, não querem ser enterrados aqui. Isso faz uma enorme diferença, não faz?

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