Política em Três Tempos - Por Paulo Queiroz

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Foto: Divulgação

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Chapa Nazif/Casara pode ser a proposta mais consistente depois do projeto PT-PMDB 1 – NAZIF & CASARA Consta que a decisão já foi tomada, restando apenas acertar alguns detalhes quanto a eventual parceria e aguardar o momento mais apropriado para fazer o anúncio oficial. Trata-se, leitor, da confirmação da pré-candidatura a prefeito de Porto Velho do deputado federal Mauro Nazif (PSB), que poderá vir escoltada por ninguém menos do que o ex-deputado federal Hamilton Casara (PSDB). Convenhamos: depois da congestionada proposta de aliança entre o PT e o PMDB porto-velhenses, caso a combinação seja concretizada, este é o projeto de coligação mais encorpado de que já se ouviu falar até agora para disputar a sucessão no Palácio Tancredo Neves. Primeiro, pela eloqüência dos currículos das partes envolvidas. Nesse quesito, vale a pena relembrar que, de um lado, está Mauro Nazif, um médico de grande prestígio entre os profissionais do setor e mais ainda junto à população, ex-vereador da Capital, duas vezes deputado estadual, duas vezes segundo colocado nas disputas pela Prefeitura do município e, mais recente, com mais de 45 mil votos válidos em Porto Velho, o candidato a deputado federal mais votado do lugar. Do outro se encontra Hamilton Casara, uma das personalidades mais interessantes entre as nascidas em Rondônia (Guajará Mirim), engenheiro florestal de renome internacional, ex-presidente nacional do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), ex-secretário de Estado do Meio Ambiente, ex-deputado federal e atual presidente regional do seu partido. Depois, pela musculatura dos partidos eventualmente associados de que se fala, valendo informar que, não obstante seus apenas (apenas?) 30 deputados, o PSB de Mauro Nazif lidera a terceira maior bancada da Câmara – que reúne 77 parlamentares do PDT, do PCdoB, do PMN e do PRB – e o PSDB de Hamilton Casara é, como se sabe, a primeira força das oposições no Congresso, com 13 senadores e 56 deputados federais - estes, por sinal, liderados pelo guajara-mirense José Aníbal, eleito por São Paulo. 2 – IMPASSE PETISTA Ressalte-se, adicionalmente, que a “decisão” de que se falou é, nos limites do imponderável nos negócios da política, definitiva no que se refere ao parlamentar socialista – Nazif deverá encabeçar uma chapa com ou sem o tucano a tiracolo. O mais curioso é que o projeto Nazif-Casara torna-se tanto mais factível na mesma proporção em que crescem as dificuldades das negociações entre peemedebistas e petistas da Capital. A tal ponto que hoje ameaçam inviabilizar de vez o empreendimento, não obstante os esforços de parte a parte do prefeito Roberto Sobrinho (PT) e do senador Valdir Raupp, presidente regional do PMDB e, tanto quanto alcaide local, empenhado até o talo na construção da aliança. Como se observou na coluna anterior, o curso dessas negociações terminou por revelar, não obstante o interesse demonstrado por lideranças como Sobrinho e Raupp, dificuldades de que não se suspeitava e agora estão ameaçando fazer o acordo desandar. No que diz respeito ao PMDB, o Diretório do partido na Capital se sente logrado porque acredita que andou sendo tratado como massa de manobra nas mãos da direção regional e, numa reação para recuperar a autonomia, de agora em diante exige negociar com o PT municipal sem a intermediação de Valdir Raupp. Da parte do PT, embora a proposta autônoma do diretório peemedebista seja aceitável na essência (exige-se apenas a indicação do vice), o partido condiciona o acordo à conveniência da legenda em relação ao nome indicado (cuja identidade o diretório peemedebista preferiu não adiantar), podendo inclusive descartar a aliança em favor de uma chapa puro-sangue. Caso não se consiga superar o impasse, das duas, uma: ou a proposta de coligação será fulminada e o PMDB entra na disputa com candidatura própria. Ou Raupp intervém no Diretório peemedebista da Capital e impõe a aliança com o PT pela força. Qualquer das alternativas propicia terreno menos íngreme para a escalada de outra aliança anti-PT, ameaçando o projeto de reeleição. 3 – POTENCIAL SÉRIO Seja como for, mesmo na hipótese de que, com ou sem Raupp, o PMDB porto-velhense consiga atender às expectativas do PT para a consolidação do acordo, considera-se que uma aliança entre o PSB e o PSDB, entre Mauro Nazif e Hamilton Casara, constitui uma ameaça à reeleição petista maior do que os projetos de candidaturas estimulados pelo governador Ivo Cassol (sem partido) juntos. Por algumas boas razões. Na primeira, porque, no PT, tem-se como não mais do que uma falácia a estratégia que justificaria a existência dessas candidaturas. De acordo com rumores mandados ressoar pelo Palácio Presidente Vargas, tais planos incluem necessariamente a união de todas as candidaturas “cassolistas” em torno daquela que chegar à frente na hipótese de um segundo turno. Entre os responsáveis pelo do projeto de reeleição de Sobrinho aposta-se que a estratégia não vale o que o gato enterra. Isto porque, segundo raciocinam os petistas, na hora em que for dada a largada, o clima de disputa estabelecer-se-á também entre os competidores bancados pelo esquema comandado por Cassol, levando-os às agressões mútuas e às manobras destinadas a destruir uns aos outros, mormente entre as candidaturas que resultarem mais competitivas. Ao final da primeira etapa, dificilmente alguém conseguirá juntar os cacos numa frente única, mormente se Sobrinho chegar à frente. O que, para quem trabalha com a possibilidade liquidar a fatura no primeiro tempo, constitui uma hipótese para lá de possível. Depois porque, enquanto as candidaturas palacianas jamais haverão de avançar sobre o patrimônio eleitoral do PT, uma aliança Nazif/Casara tem, sim, senão capacidade para tirar votos do prefeito, no mínimo potencial para atrair aqueles que, de outra forma, seriam dados a Sobrinho. Por fim, mas não menos importante, como uma chapa assim tenderá a correr por fora das intrigas entre “cassolistas”, na hipótese de chegar a um eventual segundo turno é a que tem mais possibilidades de agregar forças estropiadas. A ver.
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