Política em Três Tempos - Por Paulo Queiroz

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Foto: Divulgação

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1 – EXPEDITO JÚNIOR Consta que demorou um pouco a cair a ficha quando o governador Ivo Cassol (afastado do PPS) atendeu o telefone e ouviu o colega paranaense oferecer os três representantes do seu Estado no Senado em troca do senador Expedito Júnior (PR). Na verdade, o que o governador Roberto Requião (PMDB) queria era quebrar o gelo com o gracejo de modo a colher informações sobre as iniciativas do governo rondoniense para tentar fazer a administração federal respeitar e cumprir a resolução do Senado que pretendeu suspender o pagamento das parcelas mensais referentes à amortização da dívida do Beron. No caso do Paraná, a União também ignorou resolução idêntica do Senado que previa a suspensão da dívida do Banestado e continuou a aplicar a multa de R$ 5 milhões mensais por meio de desconto na cota paranaense do Fundo de Participação dos Estados (FPE). Se bem que Requião até que adoraria ter no Senado alguém que significasse, em termos de representação aliada, ao menos metade do que Expedito Júnior significa para Cassol. Os senadores do Paraná são os irmãos Osmar (PDT) e Álvaro Dias (PSDB) – inimigos figadais de Requião, que, aliás, por pouco não perdeu o segundo mandato para Osmar em 2006 – e o petista Flávio Arns. Ou seja, a maior pedreira. O fato é que o empenho do senador Expedito Júnior junto ao Senado Federal para que a instituição impetrasse mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a continuidade do desconto da dívida do Beron anda repercutindo adoidado Brasil afora, transformando o parlamentar rondoniense não apenas no representante com que todo governador gostaria de contar como contribuindo decisivamente para torná-lo um dos políticos mais conhecidos do país. Tanto que, nesta segunda-feira (14), a Rádio Gauíba de Porto Alegre (RS) incluiu em sua programação matinal a transmissão de uma extensa entrevista com o senador de Rondônia, certamente para instigar as autoridades gaúchas a tomar uma atitude diante de problema similar enfrentado pelo governo por conta do banco estadual. 2 – NOME NA MÍDIA Em se tratando de marcar presença na mídia nacional, não é pouca coisa, principalmente considerando a extensão do raio que estabelece o nível de periferia em que se encontra um Estado como Rondônia. Definitivamente, Expedito Júnior é, em todos os tempos, o político rondoniense que mais conseguiu fazer pelo seu Estado no primeiro ano de atividade, se é que se pode estabelecer uma relação entre a ação de um político e a sua ressonância na grande imprensa - o que já seria suficiente para justificar o mandato. Quem duvidar disso que se dê ao trabalho de acessar o site do Senado Federal e, sucessivamente, clicar nos links “Senadores”, “Na Mídia”, “Principais Jornais” e “Jornais”. Chegará a um mecanismo que permite pesquisar, entre outras coisas, todos os textos em que um senador foi citado por um veículo de comunicação em um determinado período. Por aí se fica sabendo que, de janeiro de 2007 até agora, Expedito Júnior foi objeto de 47 textos da “Folha de S. Paulo”, 66 matérias do “Correio Braziliense”, 44 inserções de “O Globo” e 45 reportagens de “O Estado de S. Paulo” – para ficar só nos quatro maiores e mais influentes jornais do país. Para se ter uma idéia, no mesmo período do primeiro ano do mandato (2003), o nome do senador Valdir Raupp (PMDB) apareceu duas vezes na “Folha de S. Paulo”, duas no “Correio Brasiliense”, uma no jornal “O Globo” e uma no jornal “O Estado de São Paulo”. A senadora Fátima Cleide (PT), no mesmo intervalo, apareceu duas vezes na “Folha”, seis vezes no “Correio Brasiliense”, duas em “O Globo”, e três no “Estado de S. Paulo”. Por essa avaliação, hoje, na condição de líder do PMDB, Valdir Raupp é o político local mais conhecido no país, porquanto de janeiro do ano passado para cá seu nome apareceu em 102 reportagens da “Folha de S. Paulo”, em 177 textos do “Correio Braziliense”, em outras 117 matérias de “O Globo” e em 118 textos do “Estado de S. Paulo”. Mas só saiu do anonimato em termos nacionais quando se tornou relator do Orçamento, em 2006. 3 – DAVID X GOLIAS De 2003 até então o nome de Valdir Raupp vinha alcançando uma média em torno de 10 citações anuais em cada um desses grandes jornais. Mas naquele ano foi citado em 32 textos da “Folha de S. Paulo” (contra apenas oito no ano anterior) e em 54 do “Correio Braziliense” (contra 13 do ano anterior) e por aí foi. Mas se hoje a condição de líder do seu partido na Casa é capaz de proporcionar-lhe mais de uma centena de citações anuais em cada um dos quatro grandes jornais pesquisados, de novembro do ano passado para cá, mesmo como senador comum, Expedito Júnior vem rivalizando com Valdir Raupp nesse ranking. Nesse período (de novembro de 2007 em diante), Expedito Júnior apareceu em 29 textos da “Folha de S. Paulo” (contra 22 citações de Raupp), 47 vezes no “Correio Braziliense” (contra 46 vezes de Raupp), em 28 textos de “O Globo” (contra 34 de Raupp) e 38 vezes no “Estado de S. Paulo” (contra 39 de Raupp). Como se pode observar, o período a partir do qual os quatro grandes jornais passam a se ocupar com mais intensidade de Expedito Júnior coincide exatamente com a época a partir da qual um insignificante senador das profundezas das selvas amazônicas desfralda com maior denodo e mais nitidez a bandeira de luta contra a dívida do Beron e com ela passa a confrontar o plenipotenciário governo federal. É uma briga tão desigual que, a princípio, quase ninguém acredita que a razão do confronto seja essa. Fala-se em chantagem e sabe-se lá em mais o quê. Até Expedito Júnior infligir, em 19 de dezembro, uma inimaginável derrota ao governo na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado e, depois, no plenário da Casa. E mais impensável ainda - induzir o próprio Senado a juntar-se a ele para buscar na corte suprema do país justiça para seu Estado. Isso tudo em se tratando de um senador comum, originário de uma região periférica e no primeiro ano do mandato. A atenção, pois, que a imprensa do país vem dispensando a Expedito Júnior tem lá sua razão de ser. Afinal, não é à toa que a história de David contra Golias encanta a humanidade desde os tempos bíblicos.
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