*A agência do publicitário Duda Mendonça perdeu a conta da Presidência da República, informa o jornalista Fernando Rodrigues. O contrato, que venceu na quinta-feira, não foi renovado pela Secretaria de Comunicação do governo federal. A conta era de R$ 150 milhões a cada 12 meses. Esse valor é dividido entre as três agências vencedoras da licitação: Duda Mendonça e Associados, Matisse e Lew,Lara.
*A decisão foi do ministro Luiz Dulci, secretário-geral da Presidência da República. Por enquanto o contrato foi mantido para Matisse e Lew,Lara.
*O motivo do rompimento foi a repercussão dos depoimentos de Duda Mendonça à CPI dos Correios e à Polícia Federal. Duda admitiu ter recebido R$ 10,5 milhões de caixa dois do PT, via Marcos Valério, numa empresa aberta nas Bahamas. Segundo o publicitário, o dinheiro era referente a dívidas da campanha de Lula à presidência da República, em 2002.
*O contrato estava em vigor desde agosto de 2003, e poderia ser prorrogado até o prazo limite de 60 meses, se houvesse interesse das partes.
*As contas do governo federal são licitadas para três agências de publicidade. Com a saída da agência de Duda, que funcionava como "âncora", a Matisse e a Lew,Lara devem ficar incubidas das contas do governo. "Fica em aberto se o governo fará um novo processo de licitação para uma terceira agência", disse Fernando Rodrigues.
*De acordo com o colunista, havia "muitas diferenças" entre Duda Mendonça e o publicitário Paulo de Tarso Santos, proprietário da Matisse, que fez a campanha do PT em 1989 e representava o lado mais tradicional da legenda. "A saída de um deles deve ser motivo de alívio para o outro", comentou.
*Além da conta do governo, agências de Duda Mendonça detêm os contratos da Petrobras e do Ministério da Saúde, ambos nas casas dos milhões de reais, segundo Rodrigues, que também podem ser suspensos.
*"A julgar pelo que foi feito com agências de Marcos Valério, a SMPB e a DNA, a lógica mandaria que o governo também suspendesse esses dois contratos com as agências de Duda. Trata-se de um publicitário que foi ao Congresso e relatou um ilícito grave", disse.