A sede do Sindicato dos Soldados da Borracha, localizada na região central de Porto Velho, voltou a ser alvo de criminosos. Depois de ter o espaço furtado pela segunda vez em menos de uma semana, o vice-presidente da instituição, George Telles, tomou uma medida extrema: passou a pernoitar no prédio para tentar impedir novas invasões.
Na madrugada da última segunda-feira (25), o local teve um dos acessos arrombados. Criminosos invadiram o prédio e levaram diversos bens, causando prejuízo ao sindicato. Já nesta madrugada de quarta-feira (26), segundo Telles, três indivíduos retornaram à sede, mas fugiram ao perceber que havia alguém no interior do imóvel. Seria a terceira ação criminosa da mesma natureza na unidade sindical.
Indignado, o vice-presidente lamentou a situação de insegurança na área central da capital e criticou a ausência de políticas públicas eficazes para lidar com o crescente número de moradores de rua e dependentes químicos na região. Os computadores furtados tem documentos e registros fundamentais para assegurar direitos dos associados. Telles apela pela devolução dos equipamentos para salvar os arquivos e evitar perdas à categoria.
“É lamentável que, diante de tantos compromissos, eu ainda tenha que pernoitar na sede do sindicato para garantir segurança. Isso porque os poderes públicos estão sendo ausentes e negligentes com a violência no centro da cidade”, afirmou.
Telles relatou ainda que a criminalidade na região tem se intensificado, e que os autores dos furtos costumam circular fortemente armados com instrumentos usados para arrombar portas e cadeados.
“Infelizmente, a segurança pública no centro da cidade está sob a guarda dos usuários de droga. Eles não se intimidam com nada e sempre andam com uma faca e um alicate de pressão para estourar cadeados e fechaduras. É uma situação vexatória para o Governo Estadual. A Secretaria de Segurança Pública precisa ter um plano de ação para o centro da cidade”, completou.
Comerciantes instalados nas proximidades também reclamam do aumento da violência, relatando prejuízos constantes provocados por arrombamentos, furtos e depredações. Para muitos, o silêncio das autoridades tem sido interpretado como descaso e negligência diante de um problema que se agrava a cada dia.
Enquanto não há uma resposta efetiva do poder público, a sensação de abandono e insegurança segue crescendo no coração de Porto Velho.