Uma brincadeira de apanhar mangas no quintal do vizinho, praticada por cinco crianças, quase se transforma em tragédia no bairro Pintolândia. Segundo denúncia feita à Folha, um policial militar teria disparado três tiros em meninos que pularam o muro da casa dele para pegar mangas.
Segundo o denunciante, que preferiu não ser identificado com medo de represálias, os meninos com idades que variavam de 5 a 13 anos estavam brincando na rua quando resolveram pegar frutas no quintal de uma das residências da rua Francisco Sales Vieira, no bairro Pintolândia.
“Ele atirou contra os meninos e depois fugiu em uma motocicleta. Os pais estão querendo levar o caso ao Ministério Público, pois todos na rua estão aterrorizados”, contou a testemunha.
A Folha foi até a rua Francisco Sales Vieira e a mãe de algumas das crianças confirmou a denúncia. Ela disse que é solteira e vive só com seus filhos. Ela também não quis ser identificada com medo de represálias por parte do PM.
“Eu tenho medo, pois sou sozinha. Os pais dos outros meninos querem falar com ele para resolver o problema, mas está todo mundo assustado com o que houve. Eu vivi momentos de terror quando ouviu o disparo dos tiros contra meus filhos. Fiquei com o coração na mão e saí correndo. As crianças também ficaram assustadas e nem sei como conseguiram escapar do quintal pulando um muro tão alto. Até agora quase não acredito que ele tinha realmente atirado contra os meninos”, disse a mãe dos garotos.
Segundo testemunhas, a criança de apenas 5 anos não conseguiu pular o muro e teve que se esconder para evitar as balas. O policial teria efetuado três disparos. “Aqui na rua os pais estão todos revoltados. Na verdade, eu não posso fazer nada, pois sou mãe sozinha e tenho muito medo do que possa acontecer comigo e com meus filhos, mas outros pais estão em busca desse policial para resolver essa situação”, contou a mãe.
Segundo ela, desde o dia em que ocorreu o tiroteio o policial não apareceu mais na rua. O caso está sendo investigado no 4º Distrito Policial e todos serão intimados. Se for aberto inquérito, ele será encaminhado para a Corregedoria da Polícia Militar. O nome do PM que efetuou os disparos não foi revelado pela Polícia Civil e nem pelos denunciantes.