Roraima - Acusado de matar criança se apresenta

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Foto: Divulgação

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Depois de cinco dias escondido na mata, o adolescente de 14 anos que estava sendo procurado pela polícia na região da Vila Novo Paraíso, no Município de Rorainópolis, acusado da morte do garoto Higor de Souza, de 11 anos, foi apresentado espontaneamente pelo pai, na Delegacia de Rorainópolis, na tarde de segunda-feira. O delegado Marcelo Renault ouviu as declarações do adolescente e o qualificou no crime de homicídio culposo. A morte da criança ocorreu no último dia 11, depois de ser atingida por um tiro de espingarda calibre 20 (que foi apreendida) na fazenda do Louro dos Cavalinhos, próxima da Vila. O adolescente contou que trabalhava na fazenda há cerca de dois meses e era costume caçar e pescar na localidade junto com outros trabalhadores e a própria vítima. Explicou que, no dia do crime, estavam usando duas espingardas, uma calibre 32, que era dele, e outra calibre 20, de um dos trabalhadores. Os três saíram para caçar e, por volta das 11h50, seu colega Jardel deu um tiro em uma curica (ave), que estava em um pé de buriti e ficou presa na árvore. Jardel resolveu ir até a sede da fazenda levar a espingarda calibre 38, que tinha acabado a munição e buscar cordas para tirar a ave do pé de buriti. O adolescente e a vítima permaneceram no local. Na saída, Jardel deixou sua espingarda calibre 20 no chão e o adolescente decidiu pegá-la. Ele afirmou que viu uma outra ave pousando no pé de buriti e, enquanto andava devagar em direção a ave, a arma disparou acidentalmente atingindo Higor. Nesse momento largou a espingarda e agarrou o garoto nos braços, mas percebeu que a criança já estava sem vida. Ele permaneceu junto com o colega e começou a gritar por Jardel, que chegou pouco tempo depois e contou o que tinha acontecido. Jardel retornou à sede da fazenda e disse para outro funcionário identificado como Nogueira sobre a morte da criança. Nogueira e Jardel voltaram para onde o adolescente estava com a criança morta e decidiram ir contar a fatalidade ao avô do garoto. O adolescente, Jardel e Nogueira foram em direção à casa do avô de Higor, Luiz Djalma de Souza, na Vila Nova Colina. Ao chegarem ao local, depois de informar sobre o acidente, o adolescente montou na garupa da motocicleta de Luiz Djalma e os dois seguiram em direção ao local onde a criança estava morta, enquanto Jardel e Nogueira foram a pé. O adolescente e o avô de Higor chegaram ao local e o jovem contou que tinha atirado em seu neto de forma acidental. Nesse instante, Luiz Djalma tentou agarrar seu braço, momento que o adolescente saiu correndo para dentro da mata e se escondeu até anteontem, quando saiu e foi para casa onde seu pai o convenceu a se entregar. Ele disse que nesse período ficou escondido em um bananal e se alimentava no local. Conforme o delegado, o adolescente foi encaminhado ao Conselho Tutelar para que fossem tomadas medidas de segurança quanto à sua integridade física, pelo fato de o pai do garoto ter declarado que temia pela vida de seu filho, já que desde o dia do crime alguns moradores da Vila teriam se armado e entraram na mata procurando o adolescente. Ele afirmou que o filho estava sofrendo ameaça de morte e esse teria sido um dos motivos que o levaram a apresentar seu filho à polícia. Marcelo Renault explicou que ainda hoje concluirá o procedimento apuratório de ato infracional que investiga o crime de homicídio culposo atribuído ao adolescente e vai entregar à Justiça para as medidas cabíveis.
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