MANAUS - A invasão de duas áreas de preservação permanente de Manaus foi coibida na última sexta-feira (09) pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma). A ação contou com o apoio das secretarias municipais de Limpeza e Serviços Públicos (Semulsp), Defesa Civil (Semdec) e Guarda Metropolitana.
*A primeira área ficava localizada na rua Conde Sérgio Minas, próximo ao Conjunto Habitacional Boas Novas, no bairro Cidade Nova, Zona Norte. No local, havia seis barracos de madeira e outras dez armações em lotes demarcados, que já estavam sendo comercializados pelos invasores.
*“Trata-se de uma área de preservação permanente onde boa parte da vegetação infelizmente já foi suprimida e muito mais poderia ser desmatado para demarcação de lotes se não agíssemos rápido”, afirmou o chefe do Núcleo de Áreas Protegidas da Coordenadoria de Qualidade e Controle Ambiental (CQCA), Norberto Magno.
*A outra área invadida está localizada no bairro Jorge Teixeira, Zona Leste, onde três barracos foram instalados numa ponte que corta o igarapé do Mindu para funcionarem como restaurante, oficina e quiosque. Com estas duas ações, sobe para seis o número de invasões contidas pela Prefeitura de Manaus somente entre janeiro e os primeiros dias de março deste ano.
*Norberto Magno explica que a equipe do Núcleo de Áreas Protegidas esteve na área de preservação permanente (APP) e também no Conjunto Boas Novas dia 22 de fevereiro, atendendo a uma solicitação dos moradores do conjunto, preocupados com o surgimento dos primeiros invasores.
*Ao chegar ao local, a equipe constatou a existência de quatro barracos que estavam construídos.
*“Orientamos os invasores a saírem da área, esclarecendo os motivos da proibição e os riscos da ocupação em áreas de preservação permanente (APP)”, salientou Magno.
*Além dos danos ambientais, a área também fica situada abaixo de uma rede elétrica de alta tensão que passa pelo local, gerando riscos para a invasão. Nesta sexta, ao retornar ao local, a equipe constatou que o número de barracos aumentou - outros dois já haviam sido erguidos - e já estavam servindo de moradia. A vegetação da área, do tipo arbórea e arbustiva, foi destruída nas margens do igarapé.
*Três dos seis barracos foram retirados. Os outros três foram notificados e as famílias receberam prazo de três dias para sair. O restante das armações foi destruído e recolhido pela equipe da Secretaria Municipal de Limpeza e Serviços Públicos (Semulsp) para evitar nova ocupação irregular na área.
*A chapeira Miriam Alves, 30 anos, uma das invasoras retiradas, contou que chegou à área sem pagar, mas seu cunhado já teria adquirido um “lote” no local por R$ 100, indicativo de que a área estaria sendo utilizada para especulação imobiliária.
*No Jorge Teixeira, os barracos retirados funcionavam como um restaurante, uma oficina e dois quiosques em cima da ponte Gabião, onde passa o igarapé do Mindu. O objetivo da retirada foi desobstruir a ponte, evitando que os estabelecimentos fizessem o despejo de efluentes e possíveis desabamentos.
*Os ocupantes estão sendo notificados desde setembro do ano passado, mas se não retiraram do local. A empresa Leo Auto Peças e a Nildo Soma Car foram notificadas por estarem a na ponte Gabião.