Imigrante mineiro morre no Texas (EUA) e em Rondônia

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Foto: Divulgação

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Cansado de trabalhar muito e ganhar pouco, o eletricista Ronaldo Ribeiro, 40, decidiu seguir o exemplo de outros moradores da pequena Tarumirim (MG), a aproximadamente 400 km de Belo Horizonte, e tentar ganhar dinheiro nos Estados Unidos. Sem ter como financiar a viagem, passou a escritura da casa aos atravessadores. Em 6 de agosto de 2005, foi encontrado morto no Texas. Cerca de um mês depois, era enterrado como indigente. *Um dos milhares de trabalhadores braçais que se mudam ao sabor dos trabalhos temporários no interior de Rondônia, o mineiro Ronaldo Ribeiro, 40, estava roçando pasto em Chupinguaia, a 600 km de Porto Velho, quando adoeceu e acabou morrendo, em 3 de janeiro deste ano. Foi enterrado no cemitério da cidade, dentro de um caixão de papelão. *Poderia ser apenas um caso comum de homônimos se o passaporte encontrado no Texas ao lado do corpo e o atestado de óbito expedido em Vilhena (RO) não tivessem informações idênticas, como data e local de nascimento e filiação. *Mas tampouco se trata de uma extraordinária coincidência: no início do ano, o documento brasileiro foi entregue pela quadrilha de atravessadores à viúva, Andréa Aparecida Marcolino, junto com uma nova escritura da casa devolvendo o imóvel à família -além de Andréa, dois filhos, um deles albino, e uma sobrinha. *Trata-se, sem dúvida, do mesmo Ronaldo Ribeiro. *A primeira versão da morte -e a mais plausível- consta numa declaração de óbito do Texas e no relato da viúva, informada da morte de Ronaldo ainda em agosto de 2005 pela quadrilha de atravessadores. *De acordo com o documento americano, Ronaldo foi encontrado morto às 13h40 do dia 6 de agosto do ano passado às margens da rodovia 281, em trecho distante 1,5 km da cidade de Falfurrias, já relativamente longe da linha de fronteira. Com ele, o passaporte e o registro de entrada no México. *"Só sei o que eles me contaram, que ele chegou lá e deu enfarto. Eles falaram comigo que não foi no deserto", disse Andréa, 33, em conversa por telefone. "Vou falar pro senhor a verdade. Acreditar, acreditar, eu não acredito. Que nem o meu filho falou: quem sabe o que aconteceu, só Deus, que estava levando e ele." *
O morto de Rondônia
*Já a segunda versão, da morte em Rondônia, tem apenas um narrador: o motorista de ambulância Antônio Fermino da Paz, 52, morador em Vilhena, distante 700 km de Porto Velho. É ele o declarante na certidão de óbito. *"Conheço. Morreu no começo de janeiro, em Chupinguaia. Era meu amigo", disse, por telefone. "No final, não trabalhava mais, estava meio baqueado. Aí não teve acerto. Morreu." *Antônio descreveu Ronaldo como "moreno claro, mais para claro", sem contradizer a foto do passaporte. "Ele era divertido que nem uma nota de R$ 100. Quando você pega uma nota de R$ 100, não fica alegre?". *O motorista, no entanto, não soube indicar nenhuma outra pessoa em Rondônia que houvesse conhecido Ronaldo. *A reportagem procurou o médico que aparece como signatário da declaração, Gilberto Póvoas Jr. Ele negou conhecer o caso e disse que raramente assina atestados de óbito por ser ginecologista e obstetra. "O único atestado recente que assinei é de um paciente que teve o pescoço cortado com uma garrafa de uísque." * Apesar de ter estranhado a certidão de óbito de Rondônia -aonde o marido nunca teria colocado o pé-, Andréa não denunciou o caso: "Não faz diferença, não vai trazer ele de volta". A viúva não soube explicar por que os atravessadores lhe enviaram um atestado de óbito, já que o documento poderia ter sido emitido pelo Itamaraty --onde, aliás, está em tramitação.
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