Acre - Programa atende mais de 300 casos de abuso sexual

Da Redação

11 de Abril de 2007 às 09:15

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Acre - Programa atende mais de 300 casos de abuso sexual

Foto: Divulgação

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*O programa Sentinela, ligado a Secretaria Municipal de Bem-Estar Social (Semas) atende atualmente mais de 300 casos de exploração e abuso sexual contra meninas. Atualmente, o programa está em fase de reestruturação e a meta do programa, de acordo com a coordenadora Josenira Oliveira, é ampliar o atendimento psicossocial.

*Segundo ela, os casos de exploração sexual são aproximadamente 30, sendo o restante de abuso contra as menores. A partir da reestruturação que está sendo feita, a meta é refazer o mapeamento dos pontos de prostituição infanto-juvenil, fazendo ao mesmo tempo um trabalho de busca e atendimento das adolescentes.

*O programa realiza basicamente dois tipos de atendimento. O psicossocial e também o jurídico. "Há também um trabalho de orientação às famílias, que são muito importantes para que nós possamos avançar", afirma a coordenadora.

*Além do atendimento às menores, os monitores que trabalham no Sentinela também realizam visitas às famílias. O que mais contribui para que muitas abandonem o programa é uma certa demora da Justiça na resolução dos casos. "Há questionamentos sobre o porquê do agressor não ter sido preso", ressalta.

*Sendo uma atividade complementar, Josenira faz questão de dizer que se não fosse o apoio do Ministério Público (MPE), do Conselho Tutelar e também do juizado da Infância e Adolescência, o programa não existiria. Muitos dos casos são encaminhados por estes órgãos, segundo ela.

*Há ainda um grande trabalho social, uma vez que a maioria dos casos acontece em famílias de baixa renda. Nestes casos, procura-se quase sempre inseri-las dentro de um programa de inclusão social. "Estamos voltados também para uma rede de atendimento para a realização de cursos de capacitação", afirma.

*Atualmente, 42 jovens do Sentinela deverão ser incluídas no consórcio social da juventude, feito em parceria com o governo do Estado. Elas serão matriculadas em diversos cursos como informática, secretariado e corte e costura.

*"O mais importante neste momento é que estamos nos reestruturando, já que antes não havia planejamento das ações", destaca. O Sentinela trabalha em sistema de plantão para atender as jovens 24 horas.

*No mês de maio, os monitores do programa estarão realizando um curso de capacitação que será ministrado por assessores do Plano Nacional de Ação Integrada de Combate à Violência Sexual Infanto-Juvenil (Pair).

*No Acre, 147 casos de abuso e exploração sexual

*Em 2003 e 2004 foram registrados, no Estado, 147 casos de abuso e exploração sexual contra crianças e adolescentes, dos quais 125 em 2003 e 22 em 2004. A maioria dos casos acontece contra meninas.

*Em 2003, foram registrados nove casos 10 casos de abuso sexual contra meninos e 107 casos de abuso contra meninas, inclusive adolescentes. Dois adolescentes do sexo masculinos foram explorados sexualmente e seis meninas sofreram o mesmo tipo de exploração.

*Em 2004, os números foram bem menores. Ao todo foram 17 casos de abuso sexual, todos registrados contra adolescentes e crianças do sexo feminino e cinco casos de exploração sexual, também todas do sexo feminino.

*Causas do abuso sexual

*Famílias com forte desigualdade de poder entre pai e mãe

*Modelo feminimo desvalorizado

*Uso de drogas e de álcool

*Relação de poder geracional (idade) baseada na subordinação

*Desequilíbrio ou transtorno psíquico dos abusadores

*Causas da exploração sexual

*Famílias em conflitos, negligentes com os filhos

*Punição física pelos pais ou responsáveis

*Repetição de um modelo de comportamento dos pais

*Valores patriarcais, com a desvalorização da identidade feminina *Papel dos meios de comunicação no estímulo à erotização precoce

*Abandono da escola ou baixo nível de escolaridade

*Situação sócio-econômica da família, com desemprego

*Agravamento da exclusão social, fruto do modelo de desenvolvimento

*Naturalização da sociedade para com a violência contras as mulheres Sociedade consumista.

*O que é A EXPLORAÇÃO SEXUAL?

*A exploração sexual comercial de crianças é uma violação fundamental dos direitos da criança. Esta compreende o abuso sexual por adultos e a remuneração em espécie ao menino ou menina e a uma terceira pessoa ou várias. A criança é tratada como objeto sexual e uma mercadoria.

*A exploração sexual comercial de crianças constitui uma forma de constrangimento e violência contra crianças, que pode implicar o trabalho forçado e formas contemporâneas de escravidão.

*O que é o abuso sexual?

*São violências que ocorrem no âmbito do afeto, ou seja, na família, círculos de amizades, escolas, abrigos, igrejas, nos espaços ou ambientes conhecidos como de proteção à criança. Ocorre em todas as classes sociais, sendo mantido invisível graças aos pactos de silêncio.

*QUEM SÃO OS exploradores?

*A exploração sexual envolve outros atores, pois se trata de crime organizado: agentes de prostituição, do tráfico de drogas, ajudados por taxistas, proprietários de hotéis, pensões e boates, policiais e autoridades corruptas, em especial em áreas portuárias e garimpo. Agências de viagens, de turismo, de modelo e de emprego que realizem falsas promessas de trabalho, que levam meninas, inclusive, para o exterior, realizando o tráfico sexual.

*QUEM SÃO OS ABUSADORES?

*Geralmente, o abusador é alguém muito próximo da criança, alguém que ela conhece e confia; às vezes o abuso é cometido por um adolescente mais velho. Quase sempre o abusador é um membro da família, por exemplo, pai, avô, tio, padrastro, primo, vizinhos e até mesmo mulheres mais velhas.

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