O throning pode ser entendido como a prática de se relacionar com alguém para melhorar o status social
Foto: ataka México/Reprodução
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À medida que a Geração Z cresce, ela também conhece e populariza as tendências. Embora algumas não sejam totalmente novas, eles as estão redescobrindo em termos modernos que se adaptam ao seu ambiente social e estilo de vida.
Por exemplo, a dinâmica dos casais tende a se moldar a esses parâmetros que a mesma geração incentiva. Como fazer upload de vídeos juntos no Instagram ou no TikTok, por exemplo. É aí que entra o throning.
O throning pode ser entendido como a prática de se relacionar com alguém para melhorar o status social. Basicamente, ter um parceiro que seja mais poderoso do ponto de vista socioeconômico e colocá-lo em um “trono” para que você seja visto da mesma forma.
Algo semelhante acontece com o que há alguns anos foi concebido como hipergamia. Na práxis, ambos os termos coincidem na intenção de ascensão social, mas a grande diferença está na validação externa. É aí que reside o maior problema do throning: a sensação de ser usado.
De acordo com dados compilados pelo aplicativo de namoro Plenty of Fish, pelo menos 27% dos jovens da Geração Z se assimilaram como vítimas dessa tendência por se sentirem manipulados por um ex-parceiro. Nesse sentido, é possível dizer que muitas pessoas mantêm relacionamentos interpessoais para aproveitar a influência do parceiro em uma espécie de transação unidirecional.
Essa última afirmação é respaldada por um dado do estudo da Science Advances. De acordo com seus dados, homens e mulheres tendem a procurar parceiros que sejam aproximadamente 25% mais desejáveis ou atraentes do que eles. Além disso, por meio de aplicativos de namoro, eles adaptam suas estratégias e mudam a maneira como interagem, dependendo do grau de atratividade que percebem na outra pessoa.
Além disso, o throning também pode ser visto de uma perspectiva psicológica sobre como esses tipos de dinâmica de poder se estenderam historicamente aos relacionamentos interpessoais. Como aponta o artigo da Psychology Today, esse tipo de interesse pode levar a problemas de comunicação porque a busca de reputação é disfarçada de sentimentos genuínos.
É claro que isso pode ser visto como um problema. Em primeiro lugar, há uma tendência de gerar relacionamentos artificiais e vazios com o objetivo de obter curtidas e certa aprovação social. Por outro lado, e ainda mais grave, isso pode gerar problemas de confiança, autoestima e até mesmo de autopercepção de cada pessoa, minimizando-a mais como um “trampolim social” do que como um parceiro real.
Com as palavras de Stacy Thomson, fundadora do aplicativo de namoro Reddi, podemos concluir que os relacionamentos sustentados por essa prática, no final, muitas vezes não têm um vínculo emocional verdadeiro. Isso decorre do fato de que certos valores e a intimidade que geram um relacionamento genuíno não coexistem. Em resumo, provavelmente não durará para sempre.
* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!