Porém, ao longo do tempo, mulheres superam homens no geral
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
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Mais meninos do que meninas nascem, de acordo com o Censo 2022 do IBGE. No entanto, ao longo da vida, essa dinâmica se inverte, e as mulheres superam os homens na população brasileira, conforme os dados recentemente divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) recentemente.
A razão por trás desse fenômeno ainda não tem uma resposta definitiva na ciência, mas várias teorias tentam explicá-lo. Uma dessas teorias sugere que os fetos masculinos podem ser mais "resistentes" do que os fetos femininos, levando a um maior número de meninos no momento do nascimento.
No entanto, ao longo dos anos, os homens, especialmente na juventude, têm uma taxa de mortalidade mais alta devido a fatores externos, como acidentes e violência. Isso explica por que, a partir dos 24 anos, a população feminina no país se torna maioria, com 94,2 homens para cada 100 mulheres.
O último levantamento do IBGE no Brasil, que data de 2021, mostra que nasceram 1.348.321 homens e 1.287.204 mulheres naquele ano, ou seja, 5% a mais de meninos do que meninas.
Vale ressaltar que a crença de que o momento da relação sexual ou a posição influenciam o sexo do bebê é um mito, já que a proporção entre homens e mulheres é a mesma, e não há base científica para favorecer um sexo sobre o outro nessa questão.
Reviravolta
Então, por que as mulheres se tornam maioria? Segundo o IBGE, até os 24 anos, os homens ainda são a maioria na população, mas após essa idade, as mulheres assumem a liderança. Isso ocorre devido ao aumento da mortalidade entre os homens, especialmente na juventude.
Um estudo do IBGE em 2018 revelou que a chance de um homem morrer entre 20 e 24 anos é 11 vezes maior do que a de uma mulher na mesma faixa etária.
Múltiplas pesquisas apontam que as principais causas de morte entre homens jovens e adultos estão relacionadas a acidentes, violência e comportamentos de risco, como tabagismo e consumo excessivo de álcool, entre outros fatores.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Estudo
É importante observar que a variação cromossômica X e Y presente no esperma, que determina o sexo dos bebês, ocorre em proporções iguais, o que significa que as chances de conceber um menino ou uma menina são equilibradas. Portanto, a explicação para o maior número de nascimentos masculinos pode estar relacionada ao ambiente uterino.
Uma pesquisa realizada pelo instituto norte-americano Fresh Pond, com a participação de pesquisadores das universidades de Harvard e Oxford, analisou uma vasta quantidade de dados, incluindo informações sobre embriões, sangue e registros de nascimentos e abortos nos EUA e Canadá.
Este estudo abrangente indicou que fetos do sexo feminino têm uma taxa de mortalidade fetal mais alta durante a gravidez do que fetos do sexo masculino. Em outras palavras, mais fetos femininos morrem durante a gestação, o que explicaria a maior quantidade de nascimentos masculinos.
Embora essa pesquisa tenha contribuído para a compreensão do fenômeno, os cientistas ainda não conseguem identificar as causas precisas por trás dessas diferenças na mortalidade fetal.
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