Centro de Referência oferece tratamento e orientação para dependentes químicos

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Foto: Divulgação

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O uso de drogas lícitas ou ilícitas, nos últimos tempos, deixou de ser apenas um problema individual para tomar proporções bem mais amplas, atingindo níveis críticos, a ponto de ser considerado um caso de saúde pública, trazendo vários problemas, não apenas para o indivíduo que a usa, mas para a família e para a sociedade.
O dependente com o tempo vai ficando agressivo, se afasta cada vez mais da família, dos amigos, do trabalho, dos estudos, e passa grande parte do dia agindo para manter o seu vício – chega ao ponto de roubar familiares, corroendo a frágil estrutura familiar.
Em Rondônia, a Superintendência Estadual de Promoção da Paz (Sepaz) atua desde 2012 com uma equipe multidisciplinar no trabalho de prevenção e tratamento de dependentes químicos, seja encaminhando para internação ou com apoio psicossocial.
Segundo o superintendente da Sepaz, Thiago Flores, o modelo adotado até pouco tempo atrás, de somente atuar contra a repressão, se mostrou equivocada. Hoje o dependente é considerado doente, necessitando de apoio e tratamento, e não mais um criminoso.
Por esse motivo, a política nacional de combate às drogas do governo federal separou o que é o traficante (e este é tratado com os rigores da Lei) e o que é dependente químico, que necessita de apoio e tratamento pelo sistema de saúde pública. Portanto, se trabalha buscando o real motivo que levou o indivíduo a buscar a droga, sendo assim, “uma política mais sensível ao problema do usuário de drogas”.
Para fins de esclarecimento, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), droga é toda e qualquer substância não produzida pelo organismo que tem a propriedade de atuar sobre um ou mais de seus sistemas, produzindo alterações em seu funcionamento, podendo ser classificadas como depressoras (álcool), estimulantes (cocaína) e perturbadoras (maconha).
O coordenador de políticas sobre drogas, farmacêutico Emilio Theodoro Filho, lembra que a droga, em um primeiro momento, causa um prazer (o cérebro libera dopamina, que provoca esta sensação), mas que “com o tempo, o indivíduo se torna escravo, pois a cada dia precisa aumentar o consumo para buscar o prazer e aí começa o sofrimento”.
O papel da Sepaz, diz o coordenador, é fornecer o acolhimento e meios para quem já está nas drogas, mas também “deve olhar para quem ainda não consumiu a droga, com ações de prevenção”. Com isso, diz, o “Crepad torna-se referência de acolhimento para as famílias”.
Emilio também esclarece que o público alvo da superintendência são os pais e professores, buscando sempre ações de prevenção ou de detecção precoce do consumo de drogas, pois 90% dos atuais usuários tiveram transtornos comportamentais na infância/adolescência (7 a 12 anos).
Atualmente Rondônia conta somente com o Crepad de Porto Velho, mas estão em fase de conclusão as obras de outros dois centros (Cacoal e Vilhena) e já iniciaram as obras de uma unidade em Ariquemes.
O estado não possui clínicas especializadas em tratamentos a dependentes químicos, porém, mantém convênios com entidades – as chamadas comunidades terapêuticas. Desta forma, o usuário é acolhido no Crepad e, de acordo com o caso, pode ser encaminhado para tratamento nas comunidades ou receber acompanhamento nos Centros de Apoio Psico Social (Caps). O Crepad de Porto Velho fica localizado na rua Raphael Vaz e Silva, 3041, fone 3218.2900.
Segundo Thiago Flores, chegando ao local, o usuário é acolhido e encaminhado ao tratamento, conforme a necessidade. No Crepad, por exemplo, existe o grupo de apoio terapêutico com apoio de psicólogos, assistentes sociais e técnicos em redução de danos, cujo objetivo hoje é o de “reinserir o indivíduo ao convívio social evitando as recaídas”.
A unidade de Porto Velho, no período de agosto de 2013 até abril de 2015, já realizou 3.050 atendimentos, sendo a faixa etária entre 20 a 35 anos a de maior incidência, e predominância de 87% de pessoas do sexo feminino.
ATENDIMENTO
Usuário de maconha desde os 10 anos, Breno Leoni Rodrigues de Farias, 21 anos, estava iniciando o tratamento. Buscou a droga por fuga e agora, junto com a família, quer o tratamento para se afastar das drogas. Recebeu orientação no Crepad e foi encaminhado ao Caps para atendimento psicossocial.
Seus pais, Sandra e Luiz, estavam preocupados, pois ele parou de estudar e não possui mais motivação. “Espero que, com o tratamento, ele volte a ser o que era. Amor e apoio não irão faltar”.
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