As cartas estão na mesa: Chegou a hora do eleitor decidir seu futuro – Por Sérgio Pires

As cartas estão na mesa: Chegou a hora do eleitor decidir seu futuro – Por Sérgio Pires

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Foto: Divulgação

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 Pronto! As cartas estão na mesa. Há oito candidatos na briga pela Prefeitura da Capital, de olho de no segundo turno. A maior surpresa foi Miguel de Souza, que jurava que não seria mais vice de ninguém, voltar atrás e aceitar ser companheiro de Fátima Cleide. A ex-senadora, que andava meio solitária, chega, assim, com chances reais de ir para o turno decisivo. Cresceram em muito as chances de Fátima ir pras cabeças. Mauro Nazif, sempre um dos líderes nas pesquisas até agora, conseguiu a adesão do PDT e terá Dalton di Franco como vice. A estratégia do PDT aliás, sempre foi indicar o vice e não ter candidatura própria. Não deu outra. Há outros nomes fortes. O PMDB chutou o pau da barraca, ignorou o PT e lançou mesmo José Augusto como seu candidato. Há anos os peemedebistas não tinham um companheiro na luta pela Prefeitura. Agora têm. O empresário Mário Português conseguiu aliança com o DEM e terá bom tempo no horário eleitoral gratuito. Terá como vice um democrata, o também empresário Ailton Artur. Problema maior: ambos não são conhecidos do grande eleitorado. Terão que correr contra o tempo para conseguir.
 
Há ainda a jovem Mariana Carvalho, uma liderança consolidada, que vem com Guilherme Erse como vice. Não será fácil a batalha dos dois jovens, mas as urnas são contumazes em trazer surpresas, principalmente para nomes novos. Lindomar Garçon, um dos mais populares postulantes à Prefeitura, vem com uma aliança de pequenos partidos. Só por isso suas chances podem ser menores. Mas ele é uma máquina de trabalhar em eleição. Mário Sérgio, apoiado por partidos nanicos e o Pastor Aluízio do PSOL completam a nominata. Mário Sérgio tem chance pequena, Aluízio nenhum. Assim está o quadro. Agora, é hora do eleitor começar a decidir o futuro da sua Capital.
 
JÁ COMEÇOU...
 
Nem 24 horas se passaram da escolha dos candidatos em Porto Velho e já começaram os ataques abaixo da linha da cintura. Denúncias já pipocam aqui e ali, envolvendo esse ou aquele nome. A baixaria vai correr solta, infelizmente. Não há campanha de alto nível, ressalvando-se as exceções de sempre. A luta pelo poder será tão intensa, tão dura, que no final dela, o eleitor, outra vez, não saberá se está votando no melhor ou no menos ruim. E isso vale para todo o país. Uma pena, mas é a triste realidade.
 
PAU PURO
 
Na convenção do PMDB, por pouco não teve gente que saiu no braço. Os discursos foram intensos, o bate boca agressivo, ofensas não faltaram. Lavou-se muita roupa suja. Mas, na verdade, embora os exageros contumazes, o partido deu uma demonstração clara de democracia. Desunido, mas democrático. José Augusto, o nome apoiado pelos chamados históricos, ganhou a disputa e vai mesmo para as urnas. Desde Jerônimo Santana o PMDB não elege um prefeito em Porto Velho.
 
COM A RAZÃO
 
Miguel de Souza tentou até a última hora viabilizar sua candidatura. Levou uma rasteira de alguns partidos que tinham fechado verbalmente com ele e acabou sozinho. Não teria como enfrentar uma disputa, com muito pouco tempo no horário eleitoral e sem apoio de outras siglas. Escolheu então o caminho mais óbvio: foi com o PT, que é aliado nacional e deixa aberta a porta para sua volta (dele, Miguel), a funções importantes no governo Dilma Rousseff. Agiu com a razão, porque não tinha alternativa de seguir o coração.
 
MEIO CAMINHO
 
Mário Português vem com apoios importantes. Entre eles, de dois ex-governadores: José Bianco, do DEM e Ivo Cassol, hoje senador, do PP. É um homem de sucesso na iniciativa privada, sua empresa é considerada a nona do ramo em todo o país e tem uma história de vida exemplar. Seu vice, Ailton Artur, segue no mesmo caminho. São neófitos em disputa eleitoral, os dois. Se conseguirem superar esse obstáculo e demonstrar ao eleitor que vão fazer na política o que fizeram em suas empresas de sucesso, estão com bem que meio caminho andado.
 
POPULAR
 
Lindomar Garçon e seu PV teriam chances muito maiores, caso conseguissem mais tempo de propaganda eleitoral. Unido a outras siglas menores, Garçon teve que buscar no nanico PHS seu vice. Seu trunfo maior é um trabalho de longos anos, principalmente nas áreas mais pobres de Porto Velho; duas administrações de sucesso como Prefeito de Candeias do Jamary e um pique de trabalho impressionante. Garçon é um político que vive intensamente seu trabalho, conhece e é conhecido pelos eleitores. Na atual situação, ele terá que triplicar suas próprias forças, para chegar onde quer.
 
CHANCES REAIS
 
Mauro Nazif tem um eleitorado fiel, entre o funcionalismo. Com Dalton di Franco de vice, entra também num público que poderia não ter a seu lado. O populismo de Dalton vai ajudar. Mariana Carvalho e Guilherme Erse formam uma boa dupla, mas terá que remar duro contra a maré, contra tudo e contra todos. E ainda convencer o eleitorado de que são experientes o suficiente para comandar uma grande cidade. Mário Sérgio sonha alto, tem apoio de vários nanicos, mas seus desafios são hercúleos. O pastor Aluízio Vidal entra na briga só para marcar presença. Mas tem um belo discurso e, se tivesse mais tempo e aliados, poderia incomodar. Mas não tem nada disso.
 
PERGUNTINHA
 
Até quando os tribunais superiores vão continuar liberando candidaturas de fichas sujas e dos que não tiveram suas contas de campanha aprovadas?

 
Direito ao esquecimento

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