Sindicato denuncia situação calamitosa nas unidades de saúde em Rondônia e contratação de médicos de fora a peso de ouro

Uma denúncia grave diz respeito a contratações de médicos de fora do Estado e que estariam em torno de cem mil reais mensais por profissional. “Enquanto nossos médicos daqui recebem menos que o motorista do vice-governador”, disse presidente do SIMERO.

Sindicato denuncia situação calamitosa nas unidades de saúde em Rondônia e contratação de médicos de fora a peso de ouro

Foto: Divulgação

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Presidente do Sindicato dos Médicos de Rondônia, Rodrigo Almeida de Souza, aponta uma série de denúncias sobre a saúde pública em Rondônia.
Uma nota publicada pelo SIMERO (Sindicato dos Médicos de Rondônia), assinada pelo seu presidente, Rodrigo Almeida de Souza, faz um balanço oportuno, esclarecedor e nada positivo dos graves problemas que acarretam as unidades de saúde do Estado após cinco meses da administração de Confúcio Moura.

Uma denúncia grave diz respeito a contratações de médicos de fora do Estado e que estariam em torno de cem mil reais mensais por profissional. “Enquanto nossos médicos daqui recebem menos que o motorista do vice-governador”, disse Rodrigo.

AÇÕES PALIATIVAS

Após a denúncia feita pelo governador no início do seu mandato, ainda em janeiro, mostrando em rede nacional, via Rede Globo (Jornal Nacional), os graves problemas que ocorriam nas unidades de saúde em Porto Velho, com ênfase no Pronto Socorro do João Paulo II, a ponto de dizer que a saúde pública estava uma calamidade, durante os meses que seguiram algumas ações voltadas para a melhoria, com acompanhamento do Ministério Público Estadual. Na ocasião até representantes do Ministério da Saúde, da Defesa e da Integração Nacional.

Das providências tomadas, segundo a nota, muitas foram paliativas, como no João Paulo II, na compra de macas e o encaminhamento de pacientes que aguardariam cirurgias na suas casas como forma de diminuir a superlotação na unidade. Não resolveu, pacientes continuam inchando os corredores aguardando atendimento. O caso é tão sério, que de acordo com Rodrigo, que alguns pacientes “aguardam entre a vida e a morte” uma vaga em UTIs (Unidade de Terapia Intensiva). Pior, faltam remédios e fios para cirurgias.

No Hospital de Base a situação é crítica também, segundo as palavras do presidente do SIMERO, mais de seiscentos pacientes aguardam cirurgias, muitas ortopédicas e nesse período de cinco meses nenhum médico especialista na área foi contratado para suprir essa necessidade. Ainda pior, as cirurgias são suspensas porque constantemente faltam medicamentos e equipamentos.

Em referência ao Hospital de Cacoal, Rodrigo aponta que mesmo com a melhor infra-estrutura do Estado, o governo não mexe  as mãos para fazer essa unidade funcionar. “O governo diz para todo mundo que é um hospital com muitos funcionários sem paciente. Muito estranho e será que não temos pacientes para encher esse hospital?”, questiona o presidente do sindicato.

Confira nota abaixo:

NOTA SOBRE OS 150 DIAS

Após mais de cinco meses da nova administração ainda enfrentamos problemas gravíssimos nas unidades de saúde do estado de Rondônia. Logo na primeira semana o nosso governador, o médico Confúcio Moura, fez o diagnóstico que todos já conheciam, mas que só ele teve coragem de dizer e inclusive em rede nacional de televisão, a nossa saúde estava numa calamidade pública. Inúmeras promessas e metas foram feitas, mas após todo este tempo como estamos hoje? Atualmente observamos que o governo pouco mudou a qualidade do atendimento da população, pacientes ainda sequer tem os seus direitos humanos resguardados nos estabelecimentos de saúde do estado.

Para o Pronto Socorro João Paulo II no início de janeiro foram adquiridas inúmeras macas para retirar pacientes do chão e foram encaminhados outros tantos pacientes que aguardariam cirurgias em seus domicílios e sem nenhuma previsão de terem seus problemas resolvidos. A superlotação continua... Pacientes voltaram a ficar prostrados no chão sem o mínimo de dignidade e esperando por um milagre para terminar com o seu sofrimento, pacientes aguardam entre a vida e a morte uma vaga em UTIs (Unidade de Terapia Intensiva) lotadas. Médicos, enfermeiros e técnicos tentam fazer o que é possível com o escasso equipamento e medicações disponíveis e pasmem, mesmo após cinco meses itens básicos como remédios e fios para cirurgia constantemente faltam, dificultando ainda mais o serviço desses combatentes.

No Hospital de Base Ary Pinheiro inúmeras salas de depósitos e salas de preparo de medicação foram transformadas em novas enfermarias. Onde deveria haver três camas, hoje tem cinco ou seis e muitos destes locais não têm instalações adequadas prejudicando em muito o bem estar desses doentes e claro, facilitando infecções hospitalares. Muitos setores estão sendo construídos a toque de caixa e sem o mínimo de previsão se irão existir profissionais com especialidade para ocuparem essas novas vagas, mas o governo não se preocupa com isto, pois para ele é aceitável que uma UTI seja gerida por um médico recém formado, aonde vamos parar? Pacientes que aguardam meses por suas cirurgias, constantemente não conseguem internar por falta de vagas e acabam tendo adiado mais uma vez a oportunidade de resolver seu sofrimento. Mais de seiscentos pacientes aguardam cirurgias, muitas dessas ortopédicas e o estado sequer em cinco meses contratou mais um ortopedista; e claro, muitas vezes cirurgias também são suspensas pela constante falta de remédios, fios ou equipamentos.

Na Policlínica Osvaldo Cruz as filas pela madrugada continuam, pacientes do interior ainda ficam meses à espera de consultas para especialidades, exames solicitados dificilmente são realizados em tempo hábil e cirurgias continuam sendo marcadas para mais de seis meses, paciente com problemas graves de coração esperam em uma fila sem previsão alguma de serem chamados. Nem o problema do extravio de prontuários médicos, um crime, foi resolvido.

No Hospital de Cacoal infelizmente estamos vendo que o governo vem fazendo de tudo para retirar todos os funcionários públicos dessa unidade e privatizá-la, dando assim para uma firma seu controle. Neste hospital com a melhor infra-estrutura do estado e com um setor de emergência de primeiro mundo, o governo sequer tenta fazer com que funcione, pelo contrário, diz para todo mundo que é um hospital com muitos funcionários sem pacientes. Muito estranho e será que não temos pacientes para encher esse hospital? Acho que seria interessante ver como estão lotados nossos hospitais da capital e assim essa história de que não tem paciente é algo totalmente insano.

Portanto em todas as unidades os problemas já existentes estão piorando, será que esse caos é impossível de ser administrado ou a maneira que está sendo enfrentada essa batalha está errada? O governador está de olho e claro que não está nada satisfeito com os resultados da secretaria de saúde, o titular da pasta já foi trocado dando um recado claro para todos os gerentes que os resultados até agora são decepcionantes.

Devemos lembrar que os gerentes da secretaria de saúde mais uma vez tentam resolver a situação com medidas paliativas e interesses dos mais variados podem estar em jogo. Agora tentam entregar nossos hospitais para empresas particulares de outros estados, que já são alvos de processos de má gestão de recursos e ainda tentam contratar médicos de outros lugares para operarem cidadãos rondonienses e depois deixá-los aqui sem o mínimo de compromisso com os seus resultados e pasmem, algumas dessas contratações destes médicos forasteiros estariam em torno de cem mil reais mensais por profissional, enquanto nossos médicos daqui recebem menos que o motorista do vice-governador. Estamos assim exportando nossas divisas, tem gente que vai ganhar muito dinheiro e às custas do nosso povo!

A saúde precisa de ações enérgicas, mas a atual equipe vem batendo muito a cabeça tentando soluções milagrosas, devemos nos lembrar de que os funcionários da saúde sempre se dedicaram muito e mesmo com os sofríveis salários que recebem mensalmente e agora que deveriam ser valorizados são trocados por equipes de outros estados e que estariam vindo para sugar a nossa terra. Ao governador temo que todas as suas orientações não estão sendo seguidas pelos seus comandados, mas tenho a certeza de que todos os funcionários da saúde irão dar o apoio incondicional para a melhoria da saúde de nossa Rondônia e a resposta já foi dada pelo aumento do número das cirurgias e pelo plano de cargos carreiras e remuneração que está sendo negociado e para assim resgatar a dignidade dos nossos profissionais e da nossa saúde.

 

RODRIGO ALMEIDA DE SOUZA

Presidente do SIMERO

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