Quem quiser saber como anda o quadro clínico do paciente que se chama Rondônia, não precisa ser especialista em coisa nenhuma. Basta conhecer um pouco a estrutura sócio-econômica do Estado, para concluir que ele já vem desde há muito sendo maltratado.
E a situação aponta para um quadro cada vez mais difícil, com risco de infecção generalizada, o que, em acontecendo, poderá levar o doente a um estado de coma irreversível.
Enquanto isso, todas as preocupações voltam-se, apenas, para o campo político, com as forças que compõem o novo governo lutando, com unhas, dentes e outros instrumentos e métodos nada convencionais, para pegarem o seu naco de poder.
Em qualquer reunião, debate ou conversa informal, o assunto é sempre o mesmo: cargo público. Ninguém parece se preocupar com os problemas que afligem à população.
Os que assim procedem, acreditam que tudo será resolvido por decreto, que o novo governo tem o condão para fazer milagres, e, destarte, transformar choro em alegria da noite para o dia.
Poucos, evidentemente, são os que procuram descobrir soluções alternativas, com competência e inteligência criativa, visando corrigir as distorções sociais e econômicas verificadas e que se acumularam nos últimos tempos.
É sabido que a democracia é um regime de responsabilidades, no qual todos devem dar exemplos de devotamento ao bem coletivo. Quando a moralidade política afrouxa, o regime tende a desbancar para a balbúrdia.
O Estado de Rondônia tem a sua vida política e administrativa recente marcada por denúncias e escândalos cabeludos, orquestrados por políticos e administradores cúpidos, que tanto mal já fizeram ao seu povo e a sua gente mais sofrida.
Os que votaram no candidato Confúcio Moura, certamente o fizeram confiantes de que ele seria capaz de modernizar e moralizar a máquina estadual, expulsar a escória e punir eventuais saqueadores do erário.
A correção de rumo precisa compor o mosaico das preocupações do novo governo diante da atual realidade. Que os políticos deixem de lado, pelo menos nesse momento complicado da vida estadual, as suas divergências e passem a pensar nos legítimos interesses da população.
Caso contrário, o moribundo paciente chamado Rondônia corre o sério risco de não mais voltar do estado de coma profundo no qual está mergulhado.