O Vestibular da Unir e as Profissões - José Nazareno*

A aproximadamente três dias de realizar o seu concurso vestibular 2010 a Unir, Universidade Federal de Rondônia finalmente divulgou a concorrência dos cursos oferecidos pela instituição. Como sempre, o curso de Medicina apresentou o maior número de candid

O Vestibular da Unir e as Profissões - José Nazareno*

Foto: Divulgação

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A aproximadamente três dias de realizar o seu concurso vestibular 2010 a Unir, Universidade Federal de Rondônia finalmente divulgou a concorrência dos cursos oferecidos pela instituição. Como sempre, o curso de Medicina apresentou o maior número de candidatos: nada menos do que 1801 pessoas se inscreveram na esperança de conseguir uma das 35 vagas disponíveis. Impressionante como muitos dos alunos têm vocação para ser médico em nosso Estado. Predestinação e talvez o desejo de aumentar o número de médicos por habitantes no Estado que lidera esta estatística negativa no país. Ou então preocupação com a situação dos nossos hospitais públicos.
Mesmo ganhando salários de Primeiro Mundo, os médicos de Rondônia não conseguem exercer uma medicina que seja muito digna para a população. Com um único hospital de Pronto Socorro na cidade “onde numa semana há vários pacientes esparramados pelo chão e na outra semana não há mais chão”, a classe médica local ainda tem de conviver com a piada de que os melhores médicos daqui são as empresas aéreas GOL e TAM e o melhor hospital é o Aeroporto Jorge Teixeira. E isso por que não começou de fato a ser pressionada pelos novos formandos da Unir, onde no curso de medicina há denúncias de práticas nazistas, preconceitos e perseguições a alunos.
No entanto, num dos cursos mais importantes, Letras/Português, a concorrência foi pequena: menos de dois candidatos por vaga. Difícil saber o porquê. A Prefeitura de Porto Velho, por exemplo, paga uma verdadeira fortuna aos seus professores. O pior é quase todo professor do município diz que só trabalha na Prefeitura por causa do Ipam, o instituto de assistência médica da categoria. Pobres docentes, além de mal pagos são também desinformados. Quem foi que lhes disse que o atendimento médico deste instituto é de boa qualidade? Os médicos por acaso são de Curitiba, São Paulo, Estados Unidos ou União Européia? Os exames são feitos no Instituto Pasteur de Paris?
O curioso é que recentemente a administração de Roberto Sobrinho fez um concurso para professor e teve a “cara de pau” de solicitar dos aprovados uma espécie de prova de títulos. Isso mesmo: uma prova onde os candidatos a futuros mestres do município poderiam apresentar seus diplomas de mestrado ou doutorado, além de possíveis publicações de livros. E tudo isso para ganhar um salário que nem todo borracheiro da cidade quer ganhar. Zé Tião, conhecido meu, montou uma borracharia e garantiu que “tira toda semana uns 250 reais”. Neste nosso “brasil” quase sempre o salário de professor é “salário de prostituta lavar pratos”. Até menos.
Já para os cursos de Arqueologia e Filosofia, o número de candidatos sequer atingiu o de vagas. Se não zerar nenhuma das disciplinas, todos estão aprovados. É, parece que poucas pessoas querem filosofar na “cidade das hidrelétricas” embora haja muitos temas polêmicos: Por que aqui se insiste em copiar tudo o que não deu certo no resto do país? O que será de nós após a construção das hidrelétricas? Por que habitante local quase não defende o meio ambiente? Porém a falta de interesse pelo curso de Arqueologia talvez seja didático: ninguém quer saber qual o montante de fezes humanas existente por metro quadrado nos pátios da Estrada de Ferro Madeira Mamoré.
Entretanto, é bom salientar que todas as profissões têm a sua devida importância dentro de qualquer contexto. O médico, o professor, a dona de casa, a empregada doméstica, o policial, o psicólogo, todos devem exercer a sua labuta diária no intuito de promover as transformações sociais que tanto se buscam numa sociedade globalizada. Todos devem, acima de tudo, ter o compromisso de colocar os seus conhecimentos para promover o bem-comum e para formar cidadãos críticos sem precisar alienar nem enganar ninguém. Por isso, deseja-se uma excelente prova de vestibular a todos aqueles que, independente de quaisquer circunstâncias, já escolheram a sua profissão.
José Nazareno - É professor na capital.
 
 
 
 
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