Membros do Centro de Atividades Extrajudiciais (Caex) do Ministério Público de Rondônia, acompanhados do secretário-adjunto de Segurança Pública, Azael Martins, fizeram busca e apreensão na Secretaria Estadual de Desenvolvimento Ambiental (Sedam), onde apreenderam 2.400 processos de plano de manejo e licenciamento ambiental.
Em conseqüência das investigações de denúncias de corrupção generalizada na Secretaria, 69 servidores foram afastados por prazos que vão de cinco e 15 dias e 9 foram exonerados.
As investigações sigilosas do Ministério Público se concentram na Coordenadoria Florestal e Faunística da Sedam, por isso ali foram apreendidos processos e feitas cópias de todos os arquivos de computador. Mas a ação dos promotores não se limitou apenas à Coordenadoria. Todas as unidades da Sedam estão sob suspeita.
O secretário de Meio Ambiente, Cletho Muniz de Brito, ainda tentou esconder da imprensa a ação do MPE, realizada na última sexta-feira, por volta das 13 horas.
Na ocasião, procurado por jornalistas, Cletho disse que não sabia de nada - embora tenha acompanhado o cumprimento do mandado de busca e apreensão na sua secretaria.
Já em entrevista ao jornalista Léo Ladeia, o secretário admitiu que houve realmente a ação do MPE, mas que ele, Cletho Muniz de Brito, apesar de ser o responsável pela pasta, não sabe absolutamente nada e desconhece o teor das denúncias. Disse ainda que quer contribuir para as investigações e defendeu a “licitude” do trabalho da Sedam.
Mesmo “não sabendo de absolutamente nada”, o secretário confirmou o afastamento temporário dos funcionários e a exoneração de outros implicados nas denúncias. Também confirmou mudanças nos cargos de gerência.
Diversas irregularidades estariam sendo cometidas na Sedam. Entre elas, a que resultou na prisão de um um contador que trabalha com planos de manejo e licenciamento ambiental. Ele está preso há mais de 30 dias. Com a cumplicidade de funcionários da Secretaria, o contador chegou a abrir madeireiras fictícias em Ariquemes e outros municípios, tudo em nome de laranjas. Até um cavador de poço de Porto Velho se tornou empresário madeireiro no interior do Estado graças ao esquema. Seu CPF e a RG foram utilizados para abrir a firma.