Caso de polícia - Valdemir Caldas
Foto: Divulgação
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Chega a ser difícil acreditar que a irracionalidade humana atinja tais extremos, mas aí estão os fatos para comprovar que já alcançamos patamares em que a conduta dos chamados cidadãos honestos se confunde, em tolo e criminalidade, com o mais abjeto transgressor da lei.
Tudo, evidentemente, em nome de um tortuoso critério de avaliação dos fatos e da explicação a respeito do que certas autoridades consideram ser a defesa dos seus interesses ou do grupo à que pertence.
A denúncia de que um ex-secretário de estado da saúde e, hoje, deputado estadual, teria mandado desviar material cirúrgico ortopédico de uma unidade de saúde da capital para atender um hospital particular, é mais uma demonstração do elevado grau de irresponsabilidade administrativa que permeia a mente de certos homens públicos.
Quantos pacientes deixaram de ser atendidos, por falta desse material, depois de esperaram dias e noites a fio, nos corredores do Hospital João Paulo II, para fazer uma cirurgia? Será que isso não incomoda a consciência (se é que a tem) desse cidadão?
Indignada. É assim que se deve está sentindo a população rondoniense, diante de mais uma patifaria, praticada com o dinheiro do contribuinte, como seu dinheiro, leitor! Mais uma vez, o Ministério Público Estadual fez a sua parte, ou seja, ajuizou uma Ação Civil de Improbidade Administrativa contra o ex-secretário. Vamos ver o que nos irá dizer a justiça: se somos um estado sério, produto de uma longa história, ou se continuamos na Idade da Pedra Lascada.
Lamentável que muitas autoridades entendam que se administra a coisa autoridades como se fosse algo particular, pessoal, do tipo “deixa, que se acontecer algum problema, eu peito”, esquecendo-se, completamente, dos discursos moralizadores, proferidos durante as solenidades de posse.
Quão tristes não devem está os eleitores desse deputado, dado o cipoal de denúncias escabrosas que recai sobre seus ombros, a enxovalhar-lhe a honra e o seu mandato.
A atividade própria e específica da administração pública identifica-se com o interesse social, não podendo, como acontece no momento, ser colocada a serviço de privilégios mesquinhos ou de grupelhos.
O uso ilegítimo e impudico dos recursos públicos rebaixa e avilta a atividade administrativa, porque a desvia de suas verdadeiras finalidades, com conseqüências danosas à coletividade.
Se quisermos encontrar solução para os terríveis problemas que angustiam o nosso povo, precisamos partir para a adoção de um modelo social moderno e moralmente espiritual, onde a esperteza e a ladinice não tem lugar. E assim, caminha o “Poder do Povo?”
* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!