Na tarde do último sábado, 23, foi registrada em Porto Velho, até o momento, a menor umidade relativa ao ar já observada em 2008, com 16% registrada na estação meteorológica do INMET, localizada na sede da EMBRAPA, na BR-364 sentido Cuiabá. A conseqüência dessa queda relativa da umidade acaba refletindo na saúde da comunidade, pois o aumento na incidência de pessoas que sofrem com doenças respiratórias lota os postos de saúde e hospitais.
Em comparação com os anos anteriores, um valor de umidade do ar tão baixo não era registrado em Porto Velho desde o dia 17/08/1997, quando a umidade do ar naquela ocasião chegou a 13%.
Nesta terça-feira (26), no período da manhã, a umidade relativa do ar estava com 62%, mas a sua tendência, segundo técnico do SIPAM, é diminuir no período vespertino, a previsão é de 35% de umidade.
O meteorologista do SIPAM (Sistema de Proteção da Amazônia), Luiz Alves do Santos, apontou que o valor médio de umidade do ar, em Rondônia, no mês agosto é abaixo do normal.
“ Se analisarmos os valores médios de umidade do ar, o mês de agosto de 2008 está com valor médio de 69,3%. Este valor é considerado muito abaixo do normal. O valor normal para este mês varia entre 71,9% e 75,2%. Em anos anteriores, a média da umidade do ar em agosto não estava tão baixa assim desde 2005, quando em agosto daquele ano a média registrada foi de 67,4%”, explicou o meteorologista.
DOENÇAS RESPIRATÓRIAS
Complicações alérgicas e respiratórias, ressecamento da mucosa, sangramento pelo nariz e irritação dos olhos, são sintomas comuns em parte da população que procura os postos de saúde e hospitais, ocasionados pelo tempo seco e, para piorar, menor dispersão da poluição causada pela fumaça das queimadas e que dá início da propagação nas manhãs de Porto Velho.
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Dr. Sidrônio Timóteo, clínico-geral. |
O clínico-geral da Policlínica Municipal Ana Delaide, Dr. Sidrônio Timóteo, disse que nos meses de julho até setembro são onde surgem grandes índices de adultos com insuficiência respiratória. Ele informou à reportagem do Rondoniaovivo.com que nas suas 12 horas de Platão na unidade de saúde o médico atende cerca de 60 pessoas e dessas pelo menos 20 estão ligadas com problemas no sistema respiratório.
O tratamento que a Policlínica oferece segundo o médico, é oxigênio terapia e inalação, pois este é o atendimento básico para este tipo de doença.
O médico ressaltou cuidados essenciais para a comunidade nesse período de estiagem e que são paliativos para amenizar o problema da baixa UR, é evitar e até suprimir exercícios físicos ao ar livre entre 10 e 16 horas, sempre se proteger do sol, usar soro fisiológico para olhos e narinas, consumir muita água e manter um umidificador em alguns ambientes da casa – toalhas molhadas e bacias com água, por exemplo.
Ele alerta também com relação a ambientes fechados e muito úmido (70%), que também prejudicam a saúde, com conseqüências graves causadas por alergias e reumatismos, afetando crianças e idosos.
ESTADO DE ALERTA E TEMPO SECO
Segundo o meteorologista Luiz Alves o nível crítico da umidade relativa do ar está dividido nas seguintes faixas, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS): entre 40% e 30% é considerado estado de observação; entre 30% e 20% é considerado estado de atenção; entre 20% e 12% é considerado estado de alerta e abaixo de 12% é considerado estado de emergência. O nível recomendável para a melhor saúde humana são valores de umidade do ar acima de 50%.