Freqüentemente, a imprensa local vem registrando a apreensão de grandes quantidades de drogas.
Particularmente na capital, a ação policial vem transformando em rotina a captura de atravessadores, alguns traficantes e seu malsinado produto.
Agora, diz-se que o tráfico estaria recrutando estudantes de escolas de primeiro e segundo graus, no período noturno, com o propósito de trazê-los para o mundo do crime.
Essa é uma das faces nua e crua de nossa miséria, para a qual as autoridades precisam voltar suas atenções, sem demagogia, mas com ações concretas e duradouras.
Vê-se, pois, que o terrível mal já extrapolou as esquinas, sobretudo de bairros periféricos, nos quais a presença da polícia tem sido nula, procurando aumentar a legião de dependentes e fornecedores. Alastra-se assim o perigo, com o qual já convive a população portovelhense.
Poder-se-á dizer que as autoridades muito têm feito, para combater o tráfico e o consumo de drogas, tanto na capital quanto no interior do estado.
Dir-se-á, ainda, que à família cabe enorme responsabilidade na prevenção do uso de drogas e, conseqüentemente, no desestimulo desse tipo odiento de comércio.
Verdadeiramente, autoridades e famílias têm responsabilidades definidas e claras, nesse particular.
Reconhecidamente, ambas têm suas limitações, impostas pela carência de meios e as artimanhas dos interessados no tráfico são muitas. Os marginais não escolhem locais nem hora para aproximar-se de suas vítimas potenciais.
Os jovens, hoje, representam público preferencial dos traficantes. Decerto, a ajudar as práticas criminosas, soma-se o descrédito que domina a sociedade, já exausta de tanto esperar por soluções para problemas que, crônicos, se vão agravando cada dia mais.
A denúncia de que adolescentes estariam sendo assediados nas portas de escolas por traficantes, pelo que tem de advertência e pelo risco que encerra, precisa merecer das autoridades públicas e das famílias a mais séria atenção.
Por mais que se venha fazendo muito, em termos de combate às drogas, muito ainda há que se fazer. Afinal, tudo quanto se faça, diante de quadro tão grave, não será o bastante para livra-nos dessa praga.