A prestação de contas do Vilhena Esporte Clube referente a um convênio firmado entre a entidade esportiva e o Município aponta que houve mesmo fraudes para justificar o consumo da verba pública. Na manhã de hoje, durante a Sessão do Parlamento vilhenense, o vereador Nenzão (PDT) apresentou evidências que levantam uma série de dúvidas. Dirigentes do Clube estiveram na Sessão, e conforme era esperado fizeram o possível para tumultuar a reunião dos vereadores.
O presidente da Casa, Professor Ronaldo (PMDB) se comportou de forma ambígua, cortando a palavra de parlamentares, usando como argumento o respeito ao Regimento Interno, enquanto deixava que a baderna acontecesse nas galerias do Parlamento.
Pior ainda, já existem suspeitas que em alguns casos os serviços ou produtos sequer foram fornecidos ao clube, o que corresponderia a crime de lavagem de dinheiro.
O Vilhena Esporte Clube recebeu dos cofres públicos entre 2005 e 2006, R$ 200 mil.
Segundo o relatório elaborado pelo vereador Nenzão, empresas ligadas a diretores do VEC “forneceram a maior parte dos produtos e serviços”. O empresário Modesto Batista, por exemplo, através do Hotel Miriam, Churrascaria Miriam e Posto Miriam abocanhou pouco mais de R$ 80 mil. Ele era presidente do clube enquanto vigorou o convênio.
Sempre de acordo com o levantamento do vereador do PDT, os atletas do VEC consumiram na temporada passada 1.307 refeições, 4.322 quilos de carne, 4231 quilos de feijão e 720 quilos de arroz, além de 1.030 litros de óleo de soja. Para fazer a comida dos jogadores, foram gastos 100 quilos de sal. Estes são apenas alguns exemplos.
Paradoxalmente, apenas quatro bujões de gás foram usados para cozinhar toda a comida.
Um dos pontos altos da explanação de Nenzão foi quando ele se referiu a produtos farmacêuticos adquiridos pelo VEC. O vereador fez questão de comprar alguns artigos que, em tese, teriam sido utilizados pelos jogadores do clube, entre eles o Sabonete Íntimo de Crajiru Gynoderm, cuja bula informa ser um produto “tem sido usado com muito sucesso contra inflamações vaginais”. Outro produto mostrado chama-se Grav Test Easy, descrito na embalagem como “Teste de gravidez seguro, rápido e econômico”.
Tanto Nenzão quanto o vereador Mauro Bil (PT) declararam que vão ingressar com pedido de CPI na Casa para apurar a situação, mas adiantaram que paralelamente a isso toda a documentação em poder deles será encaminhada ao Ministério Público e Tribunal de Contas.
Reação – Como era de se esperar, dirigentes do Vilhena Esporte Clube, a todo o momento, procuraram criar tumulto na sessão.
A coisa ficou mais grave quando o vereador Mauro Bil (PT), autor do Requerimento que deu origem a investigação, usou a tribuna. Ele praticamente foi impedido de falar pelo público, sob a impassividade do presidente, que em momento algum tomou providências para restaurar a ordem. Diversos vereadores, entre eles o ex-presidente da Câmara desta Legislatura, o vereador Cabo João (PMDB), assim como Eliane da Emater e Jacy Alves (ambos do PV), se manifestaram a favor da diretoria do Vilhena, considerada pelo trio como composta de pessoas de conduta ilibada e honestidade indiscutível.
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