O Ibama e a Polícia Federal retornam na próxima semana a Pauini, Lábrea e Boca do Acre, municípios da região Sul do Amazonas, onde há fortes sinais de grandes desmatamentos para formação de pastagens e criação de gado em terras que, suspeitam os órgãos, sejam de propriedade da União. PF e Ibama encerraram nesta segunda-feira a primeira fase da Operação Rastro Verde depois de localizarem vários acampamentos e apreenderem várias armas. Quatro homens foram detidos.
O Ministério Público do Trabalho participa da operação. Em vários acampamentos ficou constatado que os trabalhadores são submetidos a condições análogas às da escravidão. "Ficou verificado situações que comprovam o trabalho escravo", disse Sebastião Silva, superintendente interino do Ibama no Acre.
A operação Rastro Verde foi deflagrada para apurar indícios de que grileiros estão derrubando a floresta no Sul do Amazonas nesta época do ano apenas para enganar os órgãos ambientais e aplicar golpe na União. "Eles derrubam como se estivessem implantando benfeitoria e depois pedem indenização", disse Silva. O período normal para início do desmate seria maio ou junho, quando começa o verão amazônico. Os chefes da operação se reuniram nesta segunda-feira para avaliar a primeira etapa, o que será aprofundado no decorrer da semana. Na próxima terça-feira, a Rastro Verde se repetirá com mais intensidade na região.
A apreensão de armas de grosso calibre nos acampamentos leva os agentes a investigar crime de pistolagem.