História do Futebol Rondoniense - 2º Capítulo

História do Futebol Rondoniense - 2º Capítulo

História do Futebol Rondoniense - 2º Capítulo

Foto: Divulgação

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*O futebol rondoniense clama por um novo cenário, onde exista uma verdadeira união entre os clubes aliados a FFER (Federação de Futebol do Estado de Rondônia), pois da forma como está cada filiado tenta obter algum benefício a mais que o outro e não conseguem chegar a um consenso. *Em Rondônia, o futebol profissional ainda não alcançou seu apogeu e encontra-se engatinhando. Na “Era Amadora”, o futebol rondoniense teve sua primeira conquista na década de 60, quando o Flamengo (RO) goleou o então campeão brasileiro da época, o Bahia (BA), por 3 a 0, no estádio Aluízio Ferreira, em torneio que contou ainda com a participação do Moto Clube (RO) e Rio Branco (AC). *Segundo informações colhidas com jogadores e dirigentes da época era comum equipes de outros estados (Amazonas, Mato Grosso e outros) desembarcarem em Porto Velho para a realização de amistosos e quase sempre os times da casa levavam a melhor por apresentarem em seus elencos ótimos atletas que realizavam grandes proezas em favor do nosso futebol. *Voltando um pouco no tempo chegamos ao Maracanã. Uma data especial: dia 24 de agosto de 1969. Um marco para o futebol rondoniense, onde o Moto Clube foi convidado a ir ao Rio de Janeiro para participar de um amistoso contra a Seleção da Petrobrás. O jogo terminou 3 a 3. Na partida que foi a preliminar do jogo válido pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 1970, onde o Brasil venceu a Venezuela por 6 a 0, no maior estádio do mundo. *De lá para cá, o futebol rondoniense só cresceu. E pouco a pouco foi alcançando glórias jamais inatingíveis, como as conquistas de três edições do Copão da Amazônia (Torneio Integração da Amazônia), sendo duas pelo Moto Clube (1977 e 1978) e uma pelo Ferroviário (1980). A rivalidade era intensa entre Rondônia e Acre, que levava o torcedor de ambos os estados a freqüentar assiduamente tanto o estádio José de Melo (Rio Branco) quanto o Aluízio Ferreira (Porto Velho). Grandes feitos e conquistas que pouco a pouco são lembradas em pequenas mesas de bares ou mesmo em rodas de amigos, que existem até hoje na cidade de Porto Velho. *Vamos aqui falar um pouco de alguns dos principais clubes e assim mostrar um pouco do que era o futebol rondoniense na “Era Amadora” e saber o motivo que levou os clubes a abandonarem o esporte mais idolatrado em todo mundo. *Marcante é saber que a grande maioria dos atletas e dirigentes da época do futebol amador não freqüenta mais o estádio Aluízio Ferreira, pois eles não sentem mais o prazer de ir até ao grande palco do futebol do estado. *Clubes como Ferroviário, Flamengo, Ypiranga e Moto Clube, pretendem um dia retornar ao futebol, porém o que impede o retorno de ambos é a falta de uma garantia, ou seja, manter o clube na competição, pois o grande medo dessas equipes é simplesmente perder seu patrimônio. *Moto Clube *Dentre os grandes, o Moto Clube era o que estava na pior situação até então. Com um imenso patrimônio e acumulado em dívidas, os dirigentes do Mais Querido haviam abandonado sua sede social e estava atirada ao descaso. Afundado numa crise sem precedentes e sem esperança de um futuro melhor o clube estava atirado ao descaso e corroendo no tempo apenas na lembrança de cada associado que o freqüentava nas belas tarde de domingo. *Neste ano, uma cena surpreendente ocorreu. Quando a reportagem do site Futeboldonorte.com chegou a sede social do Moto Clube, em agosto deste ano, seu aspecto tinha mudado e então em conversa com o atual presidente Antônio Arrais, este afirmara que estava trabalhando juntamente com seu investidor para levantar o clube novamente. *O impressionante que o atual presidente encontrou um investidor para bancar o retorno da sede social e posteriormente, no ano que vem, entrar no futebol, almejando assim dar alegria a seus torcedores que sempre cobraram o retorno da equipe ao futebol local. *Agora, o clube retornou com sua sede social e as tardes de domingo estão completas novamente a cada domingo, onde a família pode desfrutar da grande estrutura do renovado Moto Clube. *No próximo ano, o Moto Clube pretende reativar o futebol retornando a disputa do Estadual. Porém o clube inicialmente irá trabalhar com os jovens para assim formar uma equipe vencedora. *Ypiranga *Já no Ypiranga Esporte Clube, o cenário é diferente. O clube se mantém com shows de forró e festas para animar a população local. *O Ypiranga pretende retornar ao futebol em 2007 e para isso pretende vender sua sede social localizada na esquina da Av. Pinheiro Machado com a Av. Gonçalves Dias, no Centro, para construir outro próximo ao residencial Granville, em Porto Velho, para criar um alojamento, campo e uma escolinha para revelar novos valores ao esporte. *Segundo seu atual presidente Manoel Messias, o clube pretende se reerguer no futebol utilizando os jovens para assim poder manter a equipe sem muitos gastos. *Ferroviário *Fundado no dia 10 de julho de 1943, o Ferroviário era um dos clubes mais tradicionais do futebol rondoniense. Na “Era Amadora”, o clube chegou a realizar inúmeros amistosos fora do estado. Porém sua maior glória está na conquista do título do Copão da Amazônia em 1980. *O Ferroviário chegou a disputar somente uma edição do futebol profissional, em 1991. O clube entrou na competição como uma experiência para verificar o quanto seria gasto, porém as altas despesas acabaram afastando o tricolor do futebol rondoniense, o qual permanece licenciado até os dias atuais. *A curiosidade do ano de 1991 é que o Ferroviário chegou a decisão do Estadual, mas acabou sendo derrotado na decisão pelo então desconhecido Ji-Paraná. Segundo o presidente do Ferroviário, Horácio Guedes, o Ferroviário possui enorme vontade de retornar ao futebol, porém sem parceiros nada é possível. “Não colocarei esse belo patrimônio conquistado pelo clube em risco”, afirma o presidente. *Flamengo *Outra equipe do futebol amador que atravessou o futebol amador e se aventurou no futebol profissional foi o Flamengo. O clube disputou três edições do estadual, em 1991, 1992 e 1994, sendo quinto, quarto e terceiro colocado, respectivamente. Porém seu grande marco foi no amador, onde a equipe conquistou 10 títulos dentro do estado. *O clube se firmou durante muito tempo dentre as grandes potências do futebol local, mostrando o peso da camisa rubro-negra. Seu resultado mais expressivo ocorreu em 1960, quando o rubro-negro do Arigolândia goleou o então campeão brasileiro, o Bahia, por 3 a 0, no estádio Aluízio Ferreira. *Segundo seu presidente, Hélio Silva, existe a possibilidade da equipe retornar ao futebol, porém isso caso surja um parceiro forte para ajudar a custear a equipe profissional. *Atualmente, a realidade do Flamengo é melancólica. Abandonado à beira de uma das ruas mais movimentadas de Porto Velho, avenida Farquar, o rubro-negro do Arigolândia vive uma situação totalmente diferente das grandes glórias. Hoje seu presidente reside dentro da estrutura física da agremiação. *O clube está centrado na figura do presidente Hélio Silva, que ainda guarda com carinho as matérias e recortes de jornais da época em que o Flamengo era considerado uma potência e temido por outras equipes. Atualmente, está abandonado por todos, mas ele ainda sonha com dias melhores para o rubro-negro porto-velhense. *Outros *Vários clubes participaram da “Era Amadora”, sendo eles: Agronômico, Botafogo, Brasil, Cruzeiro, Elite, Flamengo, Ferroviário, Guarani, Independência, Madureira, Moto Clube, Olímpico, Rondônia, São Domingos, Vasco, União Esportiva, Yale, Ypiranga e outros que fizeram história no estado de Rondônia. *Segundo o ex-jogador Picota, o futebol na era amadora era muito disputado e existia um grande incentivo por parte do governo e empresas privadas, o que facilitava ainda mais a tradição e manutenção das equipes. *Na época era comum o jogador que era contratado por tais clubes serem ao mesmo tempo contratados para trabalhar como funcionários do governo, ou seja, uma maneira de incentivar o futebol local. *Um futebol que encantava por sua magia, carisma e principalmente pelo amor ao clube que cada atleta destinava a cada jogo e/ou decisão.
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