Documentário Futebol Rondoniense - 5º Capítulo – A força do interior

Documentário Futebol Rondoniense - 5º Capítulo – A força do interior

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Foto: Divulgação

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*O interior do estado nunca encontrou sua vez na Era do futebol amador e sempre procurava uma maneira de levar os tradicionais: Ferroviário, Moto Clube, Flamengo, Ypiranga e outros a atuarem em seus municípios como uma forma de incentivar o torcedor a freqüentar os estádios. *Uma cena distinta dos dias atuais, o que leva a refletirmos sobre o que mudou drasticamente na vida dessas equipes a simplesmente conquistarem seu espaço em tão pouco tempo. Com a profissionalização, o interior ganhou muita força e enquanto a capital se desmotivou, cidades como Ariquemes, Ji-Paraná e Cacoal entraram na briga. *Com o apoio de prefeituras locais, os clubes do interior foram surpreendendo e pouco a pouco mostrou sua força dentro do futebol. Em 15 anos de profissionalismo, são oito títulos do Ji-Paraná, dois do Ariquemes e União Cacoalense e um do Guajará e VEC. *A capital conseguiu quebrar seu jejum somente em 2002 com o CFA. Porém daquele ano para cá, o interior investiu mais em suas equipes e mostrando competência, levando o torcedor interiorano a alegrias e deixando a taça de campeão sempre distante de Porto Velho. *Neste ano, mais uma equipe entrou no seleto grupo dos campeões estaduais. O VEC. Após um grande investimento e uma ótima campanha durante todo o campeonato o Lobo do Cerrado levantou a taça de campeão estadual contra o grande papão de títulos do estado, o Ji-Paraná. Mas o que difere o futebol do interior para o da capital??? O que faz com que o torcedor compareça em peso para apoiar suas equipes??? *A vontade de querer crescer e mostrar os valores de cada cidade é um dos fatores primordiais que faz com que tanto políticos e empresários acreditem na idéia de investir no futebol interiorano. *Algumas cidades aprenderam que a melhor forma de se gastar pouco e mostrar o município para todo o estado é o futebol. Atualmente não existe algo mais rentável do que o esporte, que promove a saúde, o bem-estar social além de sempre levantar a moral política de uma cidade. *Em Cacoal percebe-se a força de vontade dos políticos locais juntamente com a classe empresarial em buscar alternativas para fortalecer o futebol na cidade, buscando montar uma equipe competitiva. Desta forma, oferecendo a população local mais uma forma de lazer para toda comunidade. *“Porto Velho tem desportistas que gostam do futebol, porém a capital está precisando utilizar mais da criatividade”, afirma Contec. *A força de vontade demonstrada por estes desportistas mostra a vontade de mostrar seu amor a sua terra e assim conseguir levar uma forma de lazer saudável a sociedade. *Em Ji-Paraná, no início da década de 90, houve algumas ações nesse sentido, mas devido a mandos e desmandos de alguns dirigentes da equipe mais popular da cidade, o Ji-Paraná, a equipe caiu no ostracismo, afundada em dívidas e simplesmente sem uma perspectiva de retorno de conquistas. *Uma cidade que a pouco tempo entrou no eixo do futebol rondoniense é Pimenta Bueno, que neste ano esteve bem próximo da zona do rebaixamento, mas com a força da prefeitura local, o Pimentense conseguiu engrenar uma boa seqüência de resultados e conseguiu se manter na primeira divisão do Estadual. *Realidades distintas e a cada ano uma nova surpresa acontece no estado. O interior simplesmente guia o futebol do estado com pulso firme, procurando sempre melhorar seu rendimento a cada ano. *Guajará*A equipe do Guajará não disputou o Estadual 2005, pois havia se licenciado. Mas o clube volta no ano que vem ainda na primeira divisão por ter se afastado antes mesmo da criação da Segunda Divisão do Campeonato Rondonense. O clube da Pérola do Mamoré entrou para a história do futebol rondoniense ao conquistar o título estadual em 2000, quando bateu o Genus na final. Porém a falta de recursos e brigas internas fazem com que a equipe alterne ano sim, ano não na disputa do campeonato, não criando assim uma identificação com a torcida local que clama por uma regularidade do clube. *Caso não retorne no ano que vem, o Guajará encontrará um caminho mais difícil, ou seja, terá que entrar pela Segundona para assim buscar uma vaga na Primeira Divisão. *Ji-Paraná O Ji-Paraná é o clube rondoniense mais conhecido fora do estado. Suas conquistas no futebol, ao todo oito, renderam ao clube a lembrança de sempre ser o representante do estado em competições nacionais. *Ao longo do futebol profissional, o Ji-Paraná foi demonstrando sua força e ao lado do Vera Cruz, era quase que imbatível, mas as glórias e grandes times ficaram para trás, assim como o próprio estádio Vera Cruz, que simplesmente foi abandonado. *As dívidas e falta de pagamento de salários fizeram com que o clube ficasse “queimado”, no meio futebolístico. Em todas as partidas do Ji-Paraná, a Justiça está na porta do estádio esperando a renda para que ela seja confiscada, visando o pagamento de ex-jogadores e técnicos que passaram pelo clube e que até hoje não receberam. *Para o presidente Valdenir Pinheiro, o popular Maritaca, o Ji-Paraná possui uma grande história, mas esses detalhes acabaram manchando o clube, porém conforme o dirigente, ele afirmou que em sua gestão foi a primeira vez que o clube conseguiu cumprir com o pagamento de todos os atletas ao término da competição, a Série C do Campeonato Brasileiro 2005. *Segundo o presidente, a dificuldade de se encontrar patrocinadores para o clube está na falta de credibilidade de gestões anteriores que simplesmente deixaram o clube numa situação incomoda. Porém, o presidente do Galo da BR ainda tem a esperança no amanhã e que o clube pouco a pouco irá recuperar sua credibilidade, mas terá muito trabalho pela frente. *Quando questionado sobre o rival (Ulbra), que subiu para a Primeira Divisão do Campeonato Rondoniense, o presidente afirma: “O Ji-Paraná é o time do povo. Já a Ulbra não”, finaliza o presidente. *União Cacoalense *A realidade do futebol cacoalense mudou muito nos últimos anos. Acostumado a ser a gozação do interior durante a década de 90, o clube resolveu mesmo se profissionalizar, a partir de 2000 com a chegada da diretoria da equipe do atual presidente Luís Contec, o clube tomou um novo rumo e mostra a competência, que tão poucos clubes possuem dentro do estado. *Desde então a União Cacoalense começou a galgar um espaço no futebol rondoniense e em pouco tempo foi chegando a decisões. Tanto que nos últimos cinco anos, o clube chegou a quatro finais, levantando a taça por duas oportunidades. *Segundo Contec era impressionante o que se fazia com o futebol em Cacoal. No início da década de 90, o time chegou a fazer proezas pelas rodovias do estado. “Era uma vergonha você ver o time viajando de caminhão e perdendo de sete, oito”, afirma o atual presidente. *Mas atualmente a realidade do clube é outra totalmente diferente. Com todas as contas organizadas, o presidente planeja a criação de uma sede para a União Cacoalense. *Outra realidade da equipe, que pouco vista no estado, é que todas as contas de receitas e despesas são guardadas em caixas, mostrando organização com tudo que é gasto pela equipe, tendo assim como controlar o que acontece com a União Cacoalense. *VEC *A equipe do VEC entrou para o seleto grupo de campeões estaduais neste ano. Com um investimento de R$ 300 mil, o clube simplesmente conseguiu chegar ao título estadual demonstrando superioridade sobre as demais equipes, principalmente nos jogos no estádio Portal da Amazônia. *Até o ano passado, o time do VEC sequer havia chegado a uma decisão de estadual e sempre ficava ainda pela primeira fase, decepcionando o torcedor vilhenense que comparecia ao estádio. *Com o presidente Modesto Batista a frente da equipe e o supervisor José Natal Jacob, o VEC conseguiu simplesmente encontrar o caminho das vitórias e conquistas, o qual foi trilhado no início deste ano quando o clube levantou a taça de campeão estadual. *Com uma visão empreendedora no clube, a nova diretoria criou uma nova rotina na cidade e através de resultados simplesmente cativaram o torcedor vilhenense. *Ariquemes *A equipe do Ariquemes sempre quando entrou no estadual formou um elenco competitivo para a disputa do Estadual. Porém brigas internas dentro do clube fizeram com que o clube se afastasse do futebol profissional. *O torcedor de Ariquemes clama pelo retorno da equipe, que conquistou suas maiores glórias nos anos de 1992 e 2993, quando levantou a taça de campeão estadual por duas oportunidades. *No momento que a equipe estava crescendo dentro do Estadual, o popular “racha” aconteceu e a equipe simplesmente não encontrou-se mais. *Para a temporada 2006, existe uma pendência do prefeito local para o retorno da equipe ao futebol, algo que foi prometido ainda em discurso de campanha nas eleições do ano passado, fazendo o torcedor da cidade sonhar com dias melhores para o esporte no município. *“Ariquemes não pode ficar de fora do eixo do futebol do estado”, afirma o ex-volante do Ariquemes Pablo, que foi campeão estadual com a equipe. Atualmente, o ex-jogador integra a comissão técnica da equipe do Ji-Paraná, clube por onde atuou, mas simplesmente torce pelo retorno do Ariquemes ao futebol profissional. *Agora novas equipes surgiram no estado (Ulbra, Rolim de Moura e Jaruense) além do retorno de outras equipes interioranas como é o caso do Grêmio e Operário, que fizeram grande sucesso durante a disputa Segundona do Campeonato Rondoniense, que curiosamente foi disputada apenas por equipes do interior, o que demonstra a falta de interesse da capital na competição. E é justamente do assunto Segundona que iremos tratar no próximo capítulo. Aguardem!!! *Leia aqui os capítulos anteriores * 1º Capítulo“O futebol Rondoniense” * 2º Capítulo (22/10)do futebol rondoniense * 3º Capítulo - O Futebol Profissional * 4º Capítulo – A Fragilidade da Capital
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