*A população dos bairros periféricos de Porto Velho vive uma triste realidade. Com medo dos assaltos, dos arrombamentos e furtos as residências, os moradores estão literalmente “enjaulados” em suas próprias casas. Como gosto de “bater perna”; andar, conhecer a realidade “nua e crua” da cidade, ter contato direto com os moradores dos bairros mais afastados do centro capital, para ver de perto, investigar e saber se o Estado e o Município realmente estão fazendo o que apregoam, afirmo: a realidade não é, mas não é mesmo, o que os nossos governantes dizem.
*No quesito segurança, então, é uma lástima, uma tristeza. A população vive, e uns até trabalham, detrás das grades com medo dos ladrões, que serelepes, diuturnamente vivem livremente nas ruas, espreitando o momento certo de “dar o bote” e praticar assaltos. Os papéis se invertem: os marginais transitam livremente e o cidadão com sua família têm que viver aprisionado.
*Nos bairros Cuniã, Pantanal, Tancredo Neves, São Francisco, Lagoinha, Três Marias, S. Francisco e Mariana, o que vi, simplesmente deixou-me apreensivo e triste. O povo refém do medo está em pânico com a total falta de segurança tão prometida por aqueles que ditam as normas, mas não as cumprem. Os comerciantes colocam grades com barras de ferro nas portas e janelas, e atendem seus clientes por umas portinholas. Alguns pedem que os clientes já levem o dinheiro trocado, para não ter que troca-lo e serem assaltados.
*O medo de ser a próxima vítima está em todos os lados. Não são poucos os que sentem receio de sair de casa, pegar uma condução para trabalhar ou estudar, sobretudo à noite. É preciso que a sociedade cobre mais de nossas autoridades. As falácias, arrogância e a falta de medidas concretas de nossas autoridades não vão proteger a população.
*Se atualmente vivemos a mercê de bandidos, alguns menores de idade, que comandam gangues e impõe terror aos cidadãos de bem, imaginem vocês quando começar a chegar à capital as levas de peões que irão trabalhar na construção das barragens das hidrelétricas do rio Madeira. Será um Deus nos acuda. Salvem-se quem puder!
*Porto Velho é uma cidade que cresce desordenadamente. Sem saneamento básico, com ruas esburacadas, vias centrais com asfalto cheias de buracos, sem iluminação pública condizente (Nova P. Velho e Agenor de Carvalho, por exemplo), sem uma infra-estrutura capaz. Com as fortes chuvas é que a cidade de Porto Velho está verdadeiramente mostrando a sua cara. Estão aí os reclamos, as denúncias da população pela invasão de caracóis nos quintais alagados, dezenas e dezenas de ruas esburacadas, esgotos e canais transbordando, enfim: os problemas estão surgindo. É a cidade dos buracos. Que venham as chuvas! Pobre portoburacos.
*Antônio Fonseca é jornalista/radialista e líder comunitário.