Um mágico dia de domingo em Porto Velho há mais de 80 anos - Por: Marcos Souza

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Foto: Divulgação

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*Uma foto histórica, uma representação semiótica deslumbrante sobre o que era Porto Velho entre a década 10 e 20. *Basta viajar no tempo e trazer da memória dos antigos moradores ou em documentos do Centro Histórico de Rondônia, o que era essa movimentação de pessoas e que ponto da cidade se encontravam para fazer uma análise visual nostálgica e ao mesmo tempo histórica. *Numa vista em primeiro plano avalia-se que era um típico dia de domingo na avenida Sete Setembro, no cruzamento com a rua José de Alencar. Como quase toda cidade pequena e interiorana as pessoas circulavam em volta do coreto que ficava bem no centro da confluência. Algumas delas ficavam próximas, outras sentavam nas calçadas, ou em cadeiras que ficavam dispostas nos comércios circunvizinhos. *Era um fim de tarde – as sombras das árvores sobre o chão indicam isso – e a banda de música estava na execução de sua retreta, a grande atração na comunidade, e que mobilizava famílias, casais de namorados e o pequeno povoado, nascido na beira do rio Madeira e que já ostentava o princípio mágico de sua história na região, que ficou na memória de historiadores e nos livros como pioneiros, crias legítimas da lendária Estrada de Ferro Madeira Mamoré, a gênese dessa cidade que um dia viria a se tornar a capital de Rondônia. *Mas, voltando ao tempo e à foto, tenho que ressaltar o resgate dela através do documentarista e fotógrafo Luiz Brito, que me forneceu os dados pesquisados sobre ela, num árduo trabalho de garimpagem em meio a jornais antigos (do então Alto Madeira) e documentos envelhecidos. Foi constatado que a imagem retratava um domingo típico na pequena cidade de Porto Velho, onde um comércio chamado “Café Central” promovia uma espécie de rendez vou à moda antiga, um encontro cultural, pois assim dizia o seu anúncio no jornal Alto Madeira, com a ortografia da época: *
“CAFÉ CENTRAL *Bar de primeira ordem *Chocolate e sorvetes ás quintas, sábbados e domingos. *Aos domingos, no coreto da Avenida Sete Setembro, uma afinada orchestra deliciará os habitues do “Central”, com bellíssimas peças de seu vasto repertório. *Todos ao “Central”. *Rendevous da elite Portovelhense.
” *Ainda sobre o “Café Central”, outro anúncio apresentava a sua estrutura comercial, dizendo que: *
“CAFÉ CENTRAL – DE J. ROCHA & CIA. *Café e botequim de primeira ordem, bastante procurado e escolhido para as reuniões da élite. *Bebidas finas, nacionaes e estrangeiras, refrigerantes de primeira qualidade, café feito com maior escrúpulo, moído especialmente na própria casa, esta casa está em padrões de bem servir a sua numerosa freguesia.
” *Na foto, para situar ainda mais alguns pontos históricos do pequeno comércio local, vale dizer que no primeiro prédio, à esquerda, se encontra o Cine Brasil, ao seu lado, na esquina com a rua José de Alencar está o “Café Central”, do outro lado da rua, do mesmo lado esquerdo, se encontra uma loja de grande prestígio na época, a “PAE da PATRIA”, cujo anúncio, que circulava naquele tempo, expressava toda sua opulência comercial, inclusive provocando a concorrência, veja (com a grafia da época): *
”PAE DA PATRIA – Cunha & Cª *Manaos – Porto Velho *Grande e variado sortimento de fazendas, estivas e papelaria *Discos para gramophones constantemente novidades, Romances, livros de instrução, livros em branco e pautados para escripturação mercantil, perfumarias finíssimas dos melhores e mais afamados fabricantes estrangeiros e nacionais. Artigos para homens – collossal sortimento, que recebe por todos os vapores. Não teme competidor tanto em preços como em qualidade. *Depositários dos afamados cigarros = ROSITAS e MISTURA *Fabrica CRUZ VERMELHA *Avenida Sete de Setembro canto com a rua José de Alencar.
” *Infelizmente ainda não foi possível identificar o outro comércio local, e concorrente, que ficava no lado oposto da “Pae da Patria” (no lado direito da foto), onde se concentra um pequeno grupo de pessoas. *No ano passado o fotógrafo e documentarista Luiz Brito lançou um livro/álbum, com patrocínio da Brasil Telecom, intitulado “Revelando Porto Velho”, onde ele conseguiu reunir dezenas de fotos históricas da cidade, essa obra, uma das mais relevantes no resgate histórico e cultural do Estado de Rondônia e que se encontra em bibliotecas e escolas, pode também ser adquirida diretamente com seu autor através do número 8402-6891. *Essa foto histórica, retratada aqui, não se encontra no livro, ela foi resgata por Luiz especialmente para o site Rondoniaovivo.com, como forma de mostrar que há muito, muito tempo a sociedade portovelhense tinha seus momentos de lazer e encontros culturais e que as edificações e pontos históricos, ainda que transformados pela ação do tempo (e, mesmo destruídos), sempre vão existir na memória da história, no registro instantâneo de uma foto, num domingo “mágico” em Porto Velho.
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