EXCLUSIVO – Conflito no garimpo da Reserva Roosevelt pode explodir a qualquer momento

Apesar da insistência das autoridades em afirmar que a situação na reserva Roosevelt está sob controle e que o úumero de garimpeiros não passa de algumas dezenas, a realidade dentro da reserva é bem outra.

EXCLUSIVO – Conflito no garimpo da Reserva Roosevelt pode explodir a qualquer momento

Foto: Divulgação

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O garimpo de diamantes do Roosevelt, na reserva indígena dos Cinta Larga em Rondônia, palco de uma chacina de garimpeiros em 2005 e fechado por autoridades federais na época, continua em operação e um cenário tipo barril de pólvora se desenha na atualidade. Apesar da insistência das autoridades em afirmar que a situação na reserva Roosevelt está sob controle e que o úumero de garimpeiros não passa de algumas dezenas, a realidade dentro da reserva é bem outra. No município de Espigão do Oeste é do conhecimento de todos que centenas de garimpeiros mantêm o trabalho nas grotas, revirando o cascalho cada vez mais fundo na busca das pedras brilhantes. Os garimpeiros, na sua maioria homens rudes, trabalham seminus e enlameados, amontoando-se nas grotas com pás, picaretas e jatos dágua, removendo freneticamente a terra na busca do diamante. Há cerca de três meses, com as operações da Polícia Federal na estrada que dá acesso ao garimpo, essa louca corrida atrás da fortuna se complicou, já que o cerco cada vez maior dos Policiais está coibindo a entrada de combustível, alimentos e bebidas para dentro da reserva Roosevelt. A interrupção da chegada desses itens de vital importância para a manutenção das máquinas e subsistência dos homens no trabalho dentro das grotas fez os preços explodirem dentro da reserva. A entrada clandestina de produtos é feita pelos chamados varadores, homens que atravessam a selva por picadas, desviando da barreira da PF na região. A reportagem registrou os preços dos produtos no setor chamado de Baixão, local que funciona como ponto de apoio para garimpeiros e donos de equipamentos. A existência de dezenas de barracos de palha denuncia que no local já surge um pequeno povoado. Com esse bloqueio da Polícia Federal, um tambor de 200 litros de óleo Diesel vale de 1200 a 1600 reais, uma Coca Cola de 2 litros é comercializada a 10 reais, uma caixa de bombom garoto por quinze, a gasolina não sai por menos de 10 reais o litro, o mesmo preço é cobrado por um quilo de frango.
DISCÓRDIA E DÍVIDAS
Com o aumento dos preços para manter as máquinas em funcionamento e dos produtos de primeira necessidade, aliado a falta de achar a sonhada “pedra boa” que sumiu das resumidoras, os garimpeiros estão literalmente pagando para trabalhar nas grotas. Não é difícil encontrar comentários de vários entreveros entre membros de equipe causados pela atual situação. Com o custo muito alto para manter um par de máquinas funcionando os proprietários estão se endividando cada vez mais. Existem casos em que esses aventureiros está há mais de seis meses no local sem ter como retornar para a cidade devido as dívidas, podendo ser considerada uma escravidão branca. Este problema vem causando apreensão principalmente nas lideranças indígenas, já que a discórdia está presente entre os trabalhadores brancos. Os garimpeiros, na maioria das vezes, trabalham no regime de porcentagem com os donos de máquinas e como as “pescadas” – apuração final do trabalho - não estão dando nem para cobrir os gastos, estes homens estão sem receber as suas parcelas pelo trabalho. Do outro lado da história, os índios também reclamam que não estão recebendo a porcentagem combinada. Nas vezes que conseguem alguma pedra de valor, os garimpeiros tornam a reinvestir o valor recebido com a venda da pedra para tentar recuperar o prejuízo, daí acontece de não dar nada na próxima “mandada” e o prejuízo vai aumentando assim como a insatisfação dos chamados “rodados” que sobrevivem da sua força de trabalho. Vários donos de máquinas também optaram por abandonar o equipamento até as coisas melhorarem, deixando centenas de escavadores desempregados dentro das fofocas. Muitos desses desempregados estão sobrevivendo de comer de favor, pedindo um prato de comida nos barraco até surgir alguma vaga de trabalho em outra equipe. A prostituição é outro grave problema que tomou proporções assustadoras dentro do garimpo, vários barracos têm de 4 a 5 mulheres que entraram com a desculpa de cozinhar para a turma, mas que na verdade movimentam o rentável negócio da prostituição. As lideranças indígenas tentam ao máximo não se envolver nesses problemas, mas como afirmou o cacique Pamaré é “muito difícil controlar todo mundo”. Por isso não é prematuro afirmar que o garimpo do “Baixão” se transformou em um barril de pólvora que pode explodir a qualquer momento. A bebida, as drogas e a prostituição aliadas ao descontentamento dos garimpeiros com os donos de máquinas são os componentes necessários que poderá deflagrar um novo derramamento de sangue dentro do “Lage” e não duvidem se novamente os índios Cinta Larga forem responsabilizado pelas mortes que certamente irão ocorrer.
ÍNDIOS E FANTÁSTICO
Com a fortuna amealhada pelos índios, a etnia está perdendo seus valores culturais. Hoje os índios não querem mais pescar, não querem mais caçar. Suas roupas são compradas em lojas de grife. Apesar de estarem sentados em cima da maior reserva de diamantes do mundo, a desorganização levou a associação dos indígenas a contrair pesadas dívidas no comércio na região. Diversos empresários da região denunciam os calotes indígenas. Enquanto isso, no garimpo, que para o Governo federal consta como fechado, sem operação, centenas de pedras são contrabandeadas todos os meses para fora do Brasil. Na semana passada uma equipe do Programa do Fantástico esteve por vários dias em Espigão do Oeste tentando fazer um contato com as lideranças indígenas para gravar matérias na região, porém algumas lideranças não aceitaram a presença dos jornalistas da TV em suas aldeias. Com o apoio do ex-cacique Pio Cinta Larga, a equipe conseguiu fazer algumas tomadas na região que serão apresentadas no programa de domingo. *VEJA TAMBÉM: * Polícia Federal apreende pedras preciosas comercializadas por índios * OAB alerta para perigo de nova matança em Roosevelt
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