*De 1.250 madeireiras existentes em 2004, hoje menos da metade lutam para sobreviver
*A não emissão das guias de Autorização para o Transporte de Produtos Florestais (ATPF) por parte do Ibama, agravada após a deflagração da greve que já dura mais de mês no órgão, e o risco do fechamento de mais indústrias madeireiras, com consequentes novas levas de demissões, levou o presidente do Sistema Indústria (Fiero, Senai, Sesi e IEL), Euzébio Guareschi, a recorrer ao governador Ivo Cassol.
*Em carta enviada essa semana ao governador, Guareschi pede que se “busque criar procedimentos que permitam às empresas afiliadas ao Sistema Fiero, a segurança para desenvolver suas atividades, gerando riquezas para o Estado, representadas por tributos e empregos”.
*No documento, o presidente do Sistema Indústria lembra que a atividade madeireira em Rondônia “assumiu um papel histórico em todo o processo de colonização do Estado, vez que contribuiu, ao lado das atividades extrativas minerais e agropecuárias, para a formação e o desenvolvimento de muitos municípios. Entretanto, as pressões internacionais sobre a ocupação da Amazônia e os modelos adotados para a exploração dos recursos naturais, além das alterações ocorridas na legislação ambiental Federal e Estadual, foram fatores que exerceram influências marcadamente restritivas à manutenção e ao crescimento das atividades madeireiras na região”, observa.
*O setor madeireiro do estado mantém 16 mil postos de trabalho direto e a indústria madeireira apresenta uma média pouco superior a 20 operários por empresa, uma das maiores do setor industrial. Uma pequena parcela da produção é comercializada no mercado local e a parte mais significativa destina-se aos mercados consumidores das outras unidades da federação. Considerável parcela vai para exportação. A indústria madeireira no ano de 2004 foi responsável por 80% do total geral das exportações do Estado de Rondônia e representa cerca de 8% de toda a arrecadação de ICMS.
*Mesmo assim, as restrições impostas pela legislação ambiental e a suspensão da emissão de ATPFs por parte do Ibama, jogou o setor numa crise sem precedentes. Das 1.250 empresas identificadas em 2004, atualmente ainda lutam pela sobrevivência cerca de 600, ou seja, em menos de dois anos, mais da metade sucumbiram às dificuldades e fecharam as portas. Mesmo essas resistentes, reduziram o quadro funcional à metade e, ainda, com tendência que 50% dessas encerrem suas atividades.