Em Ariquemes instalou-se o caos, madeireiros e toreiros pararam a cidade
desde o dia 10 de fevereiro, reivindicando que a Lei 9605/98 Lei de Crimes
Ambientais não seja cumprida. Tudo porque houve uma determinação da justiça
para que o IBAMA apreendesse e leiloasse toda carga de madeira circulando
ilegal, que é o que estabelece a lei desde 1998.
*Já é uma cena deprimente ver toreiros, uma classe explorada de miseráveis
que vivem fazendo o serviço sujo para latifundiários e madeireiras
clandestinas, defendendo nas ruas o interesse de quem os explora. Mas
perfeitamente compreensível pelo nível de ignorância que os domina.
*E ainda juntaram-se a esses os comerciantes da cidade, e amanhã, 14 de
fevereiro todo o comércio vai fechar as portas em apoio às reivindicações.
Também é lamentável ver os políticos, Governador, deputados, prefeitos e
vereadores declarando abertamente seu apoio a uma reivindicação que só traz
destruição e miséria para o povo pobre da Amazônia. A Lei precisa ser
cumprida para existir um mínimo de respeito aos povos da floresta Amazônica
e seu modo de vida.
*Junta-se a isso a conivência do poder público, do judiciário e da polícia
que não teve ação alguma diante da paralisação da cidade, que em outros
movimentos, como dos camponeses sem terra ou de professores, tem uma ação
imediata e enérgica. Tudo parou e está sendo tratado como a coisa mais
normal do mundo, uma comoção de alienados, defendendo valores duvidosos,
sem questionamento algum.
*Por favor, ajude-nos, precisamos de um contra-movimento, uma chamada de
consciência, algo urgente para travar essa inversão na luta que está
acontecendo. Nossa luta deve ser o grito do pobre contra os opressores, os
donos do capital, os donos do poder político e não de toreiros defendendo o
latifúndio e a retirada ilegal da madeira, que também são roubadas de
reservas indígenas e reservas ambientais.