Um membro da Fifa, hospedado do Copacabana Palace, é quem passava ingressos da Copa do Mundo de 2014 para um dos chefes da quadrilha de cambistas presa por uma operação da Polícia Civil do Rio de Janeiro.
Foto: Divulgação
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Um membro da Fifa, hospedado do Copacabana Palace, é quem passava ingressos da Copa do Mundo de 2014 para um dos chefes da quadrilha de cambistas presa por uma operação da Polícia Civil do Rio de Janeiro. A informação foi divulgada nesta quinta-feira pelo delegado Fábio Barucke, em entrevista coletiva concedida nesta manhã.
"Temos indícios de que pelo menos uma pessoa da Fifa estaria repassando esses ingressos a Lamine Fofana [chefe da quadrilha preso]. Seriam ingressos de hospitalidade [de camarotes], que são mais valiosos", afirmou Barucke. "Estamos guardando essa informação e isso será repassado para a Fifa, que vai nos auxiliar a identificar a pessoa."
Barucke disse que o membro da Fifa que repassa bilhetes à quadrilha está no Brasil temporariamente por causa do Mundial. Ele é estrangeiro, mas sua nacionalidade não foi revelada. Teria um posto importante na entidade máxima do futebol já que frequentaria espaços reservados à alta cúpula da federação. É no Copacabana Palace, por exemplo, que está hospedado o presidente da Fifa, Joseph Blatter.
Segundo o delegado Barucke, responsável pela operação que desmantelou a quadrilha dos ingressos, um dos 11 presos estaria disposto a informar quem seria a fonte dos ingressos dentro da Fifa em troca de sua liberdade. A possibilidade estaria sendo avaliada pela polícia e Justiça.
A operação que descobriu o esquema de venda ilegal de ingressos da Copa foi batizada de Jules Rimet, em alusão ao nome do primeiro presidente da Fifa. Ela é resultado de pelo menos um mês de investigações da polícia e Ministério Público.
Mais de cem ingressos foram apreendidos na ação, além de dinheiro e máquinas para pagamento em cartão de crédito. Os bilhetes pegos pela polícia eram reservados pela Fifa a seus patrocinadores, a clientes de pacotes de hospitalidades (camarotes) e até a membros de comissões técnicas de seleções. Dez ingressos, inclusive, eram reservados a integrantes da comissão técnica da seleção brasileira.
Os ingressos de hospitalidade são comercializados por uma empresa parceira da Fifa, a Match. Barucke afirmou nesta quinta-feira que um integrante da empresa também é suspeito de repassar ingressos à quadrilha. Ele está sendo investigado.
Segundo a Polícia Civil, a quadrilha vendia ingressos por até R$ 35 mil. Com isso, lucrava até R$ 1 milhão por jogo. Na Copa, o grupo poderia faturar R$ 200 milhões.
Suspeitos presos informaram à polícia que o esquema não é novo. Ele funcionava há quatro Copas. O trabalho seria tão lucrativo que integrantes da quadrilha trabalhariam durante o torneio e depois descansariam por quatro anos até o próximo Mundial.
Todos os presos vão responder pelos crimes de lavagem de dinheiro, associação criminosa e cambismo. E podem ser condenados a até 18 anos de prisão.
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