*Além de fazer parte desta
coletânea, o vocalista da banda Quilomboclada revelou que o grupo se prepara para gravar um CD independente, com músicas próprias. ?Nós queremos algo que tenha a cara do povo e da história da Amazônia e que não deixe de ser universal?, explica Pessoa.
*Para ele, esse CD seria uma espécie de cartão de visita para esse movimento cultural que tem raízes afroindígenas, caboclas, beradeiras e urbano. ?Essa mistura é que faz o nosso som?, enfatiza o vocalista.
*O plano dos ?beradeiros? é pôr o pé na estrada para divulgar o trabalho, levando a mensagem de quem vive de perto a ?correria? da periferia de Porto Velho, e mostrar o Brasil e por que não para o mundo que aqui nasce um novo jeito de fazer arte, com uma proposta de inclusão social e valorização da identidade cultura do povo amazônia.
*Atualmente a banda já tem treze composições próprias, seis delas estão no CD Correnteza, uma coletânea da banda e de cantores de Hip Hop produzido pela Fundação Iaripuna, da Prefeitura de Porto Velho.
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Conheça a banda Quilomboclada
*Batuque, rock e hip hop na salada musical do Quilomboclada
*Na língua dos negros, 'quilombo' significava povoação, capital, união; no Brasil, teve por significado local de refúgio. Os quilombos eram divididos em aldeias de nome mocambo. Seus integrantes eram chamados quilombolas, calhambolas, mocambeiros. Isso é aula de história? Não, mas é onde nasce a força de uma das bandas mais originais em franca ascensão no Estado, a
Quilomboclada.
*A salada de ritmos, as influências tão absurdas quanto originais resultaram num som diferenciado, íntegro às suas raízes ?beiradeiras?, de onde origina a força motriz de inspiração de seus integrantes. A batida que vem do boi-bumbá e dos batuques dos terreiros, as guitarras do rock, os vocais falados do hip hop, com a poliritmia sincopada do samba de roda, da música de raiz, é tudo misturado, numa coesão que extrapola os limites da compreensão, como mesmo afirmam seus principais articuladores, Boca e Samuel (vocalistas e letristas), é algo que dá certo, uma química que combina em perfeita harmonia. ?O nosso som não é uma revolução, mas uma ?devolução? cultural?, disse Boca.
*A Quilomboclada busca transmitir essa musicalidade afro-indígena, em sua gama de influências, com uma cara urbana, na linguagem do hip hop, priorizando sempre a valorização da cultura beiradeira, no linguajar próprio da região, envolto pela sua ?química sonora?, que em outros tempos diriam, os menos avisados, lembra muito Chico Science ou Cascabulho.
*A banda é formada por Samuel, Mc Radar e Boca (vocais), Mestre Xoroquinho, Tino(percussão), Laureano (bateria), Flamarion Houston (guitarra), Foca (baixo), DJ Vilson (Pick-ups e base) e Fábio Simões.