Quatro anos após encerrar o ciclo no Polo no Brasil, a Volkswagen ressuscita o compacto com a estreia da nova geração global, a sexta.
Foto: Divulgação
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Quatro anos após encerrar o ciclo no Polo no Brasil, a Volkswagen ressuscita o compacto com a estreia da nova geração global, a sexta. Essa invocação tem um motivo: a marca vai usar toda tecnologia e dinâmica do carro novo para tentar voltar a ser referência e com isso recuperar mercado perdido desde a queda do Gol.
É uma dura missão para o novo Polo, que está sendo apresentado na seggunda feira (25) na configuração 1.0 turboflex (chamada de Polo 200 TSI), com câmbio automático de seis marchas, 128 cavalos de potência e 20,5 kgfm de torque (ou 200 Newton-metro no padrão internacional, daí o numeral adicionado ao nome).
Para chegar bem, a marca promete um preço de impacto (positivo), começando em R$ 49.990 e chegando ao patamar máximo de R$ 75 mil (versão Highline 200 TSI com todos os opcionais). Veja a lista completa de versões, preços e equipamentos.
Até novembro virão também as configurações de entrada (com motor 1.0 aspirado de 84 cv, câmbio manual de cinco marchas) e intermediária (1.6 MSI, 117 cv).
Em todas, sobretudo na 200 TSI, mais do que lidar com rivais nomeados pela Volkswagen -- como Chevrolet Onix (lider), Hyundai HB20 (equilibrado), Renault Sandero, Peugeot 208 e Fiat Argo (espaçosos), Ford Fiesta (boa dirigibilidade) e até Honda Fit 2018 (mesmo nível de equipamentos) -- o Polo vai enfrentar preconceitos do mercado.
Primeira fixação do comprador é se a Volks vai manter o carro em linha e atualizado com o passar do tempo -- ou se vai esquecer do modelo, como fez na última passagem. À primeira vista, não haverá risco, uma vez que a base MQB/A0 vai dar origem a uma gama de produtos importantes (sedã Virtus, SUV T-Cross, picape e até outro crossover).
Motorzinho?
Mas a principal ideia preconcebida a ser vencida é a de que um motor 1.0 é inferior, um reles "motorzinho". Tire isso da mente! já foi feito o experimento e o Polo 200 TSI nas configurações Comfortline e Highline (esta, cheia de adereços visuais, de tecnologia e segurança) e afirma-se: é o modelo mais esperto do segmento, com excelente dirigibilidade, retomadas seguras, aceleração surpreendente e com o pacote de fábrica mais surpreendente.
Nem baixo demais, nem alto em excesso (como virou moda no Brasil), o Polo consegue ser ágil em curvas e confortável. Na versão de topo joga até com controle cruzado de diferencial para segurar o carro na pista, além dos controles de estabilidade, tração e assistência em rampas já conhecidos.
Com isso e mais a carroceria leve, o Polo 1.0 turbo com 20,5 kgfm (o motor mais forte da categoria) e um câmbio suave e preciso, anda muito bem e consome pouco combustível: nota A do Inmetro -- obtivemos 8,5 km/l de etanol em teste rápido numa tarde de muito calor (37º C), mas é preciso mais tempo para avaliar os dados de forma mais precisa.
Espaçoso para ombros, joelhos e cabeças de todos os ocupantes, oferece ainda segurança com quatro airbags de série, barras de proteção lateral, construção diferenciada de carroceria (no nível de Golf e modelos da Audi), ganchos padrão Isofix e Top-tether, além de ar-condicionado digital com saída inédita para o banco traseiro.
Volks também precisa se reinventar
Problema, porém, é vencer uma prática que não é estigma falso, mas realidade: como todo Volkswagen, o novo Polo sofre com pacotes opcionais que restringem o melhor a poucos. A Volkswagen diz que ficou mais racional, com menos kits e opções mais acessíveis.
Ainda assim, só quem comprar o modelo mais caro vai levar para casa acabamento realmente premium (acetinado, não apenas com plástico duro escuro), tela multimídia com reconhecimento de gestos e o impressionante painel digital de instrumentos, que é mais avançado que o de modelos da Audi e que o próprio Passat (que estreou a tecnologia na VW).
Pense um pouco: se esse é o "carro da vida" da marca, se a expectativa é tão alta, não valeria colocar a tela como item de série de todo Polo e, assim, afastar de vez qualquer preconceito do consumidor? Pois é.
Ainda assim, vale a pena fazer o test-drive e discutir os valores. Nem que seja para chegar numa das lojas concorrentes com novos argumentos de negociação. Fato é que o Polo tem toda condição de reordenar o mercado, mesmo que no plano das ideias.
* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!