OURO E DENDÊ: Grupo criminoso amplia domínio na Amazônia com garimpo e exploração de dendê

Esses territórios têm sido utilizados como bases estratégicas, com pistas de pouso clandestinas, radares e rotas fluviais

OURO E DENDÊ: Grupo criminoso amplia domínio na Amazônia com garimpo e exploração de dendê

Foto: Montagem/Ag Brasil/Ag Pará/Embrapa

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O avanço do crime organizado na Amazônia ganhou novas dimensões. Relatórios recentes e estudos acadêmicos apontam que o Comando Vermelho (CV) se consolidou como a principal facção criminosa em operação na região, com presença confirmada em um terço dos municípios da Amazônia Legal, segundo levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) publicado pelo O Globo.

 

Facção domina territórios e garimpos ilegais

 

A facção, que historicamente controlava rotas de tráfico nas fronteiras do Norte, expandiu sua atuação para atividades como garimpo ilegal, extração de madeira e grilagem de terras. Pesquisas da Revista Fapesp mostram que o garimpo, especialmente o de ouro, tornou-se um eixo central de financiamento e logística para o narcotráfico, permitindo que facções consolidem poder em áreas remotas.

Operações recentes do Ibama, em parceria com forças de segurança federais, confirmam a presença direta da facção em Terras Indígenas (TIs), onde foram destruídas máquinas pesadas e acampamentos ilegais ligados ao grupo. Esses territórios têm sido utilizados como bases estratégicas, com pistas de pouso clandestinas, radares e rotas fluviais controladas por criminosos.

 

Dendê: nova frente de exploração sob suspeita

 

Apesar das evidências de avanço territorial e econômico, a suposta exploração de dendê (óleo de palma) como nova fonte de lucro do CV ainda não está completamente comprovada. A reportagem do O Globo citou o tema, mas não há registros públicos detalhados ou documentos oficiais que confirmem o envolvimento direto da facção com plantações ou produção de óleo de palma na região.

 

Pesquisadores destacam que, embora seja plausível o interesse de facções por atividades agrícolas ilegais — devido à facilidade de lavagem de dinheiro e acesso a terras —, a extensão dessa atuação específica ainda carece de comprovação empírica. Grupos criminosos estariam explorando o dendê para o comércio crescente de biocombustível.

 

Cooptação de garimpeiros e economia paralela

 

Outro ponto em investigação é o grau de cooptação de garimpeiros pelo CV. Há evidências de colaboração entre garimpeiros ilegais e facções, especialmente em áreas de difícil acesso, mas não há documentação que comprove vínculos formais ou estruturas contratuais entre esses grupos.

Essa aliança, ainda que informal, fortalece a economia criminosa na floresta, ampliando a influência das facções sobre comunidades vulneráveis e fragilizando o controle do Estado sobre a região amazônica.

 

Impactos ambientais e sociais

 

A presença do CV e de outras facções em áreas ambientais sensíveis representa uma ameaça dupla: além da violência, há a devastação ambiental acelerada. O domínio de atividades como mineração ilegal e extração de madeira tem provocado aumento no desmatamento, invasão de terras indígenas e deslocamento de populações tradicionais.

 

O que ainda precisa ser apurado

 

Autoridades e pesquisadores destacam que ainda falta:

 

  • Identificar fontes primárias que comprovem a atuação direta do CV na exploração de dendê;

 

  • Mapear fluxos financeiros ligados à produção agrícola ou de biocombustíveis usados para lavagem de dinheiro;

 

  • Verificar investigações policiais e testemunhos sobre a cooptação de trabalhadores rurais e garimpeiros;

 

  • Precisar quantas TIs e Unidades de Conservação estão sob controle parcial ou total de facções.

 

Enquanto as investigações avançam, o cenário revela um novo estágio da criminalidade organizada na Amazônia — em que facções expandem suas fronteiras para além do narcotráfico, disputando o controle sobre recursos naturais e estratégicos da maior floresta tropical do planeta.

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