O alto custo para gerar empregos formais tem levado empresas a optarem pela contratação de trabalhadores informais, movimento que se intensificou nos últimos anos. Dados recentes mostram que a renda dos informais tem crescido mais rapidamente do que a dos empregados com carteira assinada. Em 2025, enquanto os salários dos trabalhadores sob o regime CLT subiram 2,3%, os autônomos viram um aumento de 5,6%, e os informais, de 6,8% maior patamar desde 2012.
Apesar de os trabalhadores formais ainda apresentarem rendimentos médios superiores, a diferença entre as duas categorias tem diminuído. A redução da vantagem salarial dos empregos com carteira pode tornar o trabalho informal mais atraente, especialmente em setores onde a flexibilidade e a autonomia são valorizadas.
Esse cenário é impulsionado por mudanças no mercado de trabalho, como a expansão dos serviços por plataformas digitais e o crescimento do número de Microempreendedores Individuais (MEIs). Essas modalidades ampliaram as oportunidades de ocupação, especialmente para autônomos e prestadores de serviços, oferecendo maior liberdade e, em muitos casos, aumento de renda.
No entanto, o crescimento da renda entre trabalhadores informais não é uniforme. Jovens adultos tiveram os maiores ganhos, com aumento médio de 5%, enquanto trabalhadores mais velhos e aqueles com ensino superior enfrentaram avanços mais modestos. A informalidade também absorve muitos profissionais qualificados em funções de menor exigência, o que gera um efeito cascata na precarização de postos de trabalho.
Especialistas alertam que, embora a informalidade possa representar uma alternativa de renda no curto prazo, ela vem acompanhada de menor proteção social, ausência de benefícios trabalhistas e maior vulnerabilidade econômica. A tendência, no entanto, parece consolidada: o trabalho informal está cada vez mais presente e competitivo no mercado brasileiro.